O sistema informático interno do Serviço Nacional da Saúde (SNS) registou falhas, com vários centros de saúde e hospitais a serem afetados. A informação foi avançada esta quinta-feira, 18 de setembro, pela SIC Notícias, dando conta que médicos não tinham acesso ao processo clínico dos doentes e estavam impossibilitados de efetuar prescrições e de ter acesso a exames. Os problemas começaram na quarta-feira, mas situação já está normalizada, segundo os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). Ao DN, os SPMS confirmaram que "a infraestrutura de comunicações dos cuidados de saúde primários e hospitalares – serviço fornecido pelo operador externo NOS" – teve "constrangimentos". As equipas técnicas dos SPMS estiveram, "juntamente com o operador externo, a tentar resolver a situação", e, mais tarde, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde revelaram que o funcionamento do sistema informático do SNS ficou totalmente normalizado pelas 12h15, segundo a Lusa."Os sistemas de informação do SNS estão a funcionar com normalidade em todo o país, permitindo a sua utilização na prestação de apoio aos cuidados de saúde hospitalares e primários", refere o comunicado dos SPMS, enviado ao DN."A SPMS irá continuar a monitorizar os sistemas de informação para garantir o melhor acesso aos serviços de saúde", acrescentou o organismo do Ministério da Saúde.Joana Bordalo e Sá, da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), confirmou, nas declarações à SIC Notícias, os constrangimentos, dando conta que o "sistema informático em várias ULS [Unidades Locais de Saúde]" esteve, "em alguns sítios, totalmente em baixo".Para a presidente da FNAM, esta situação "demonstra, mais uma vez, a fragilidade tecnológica em que a ministra Ana Paula Martins e o primeiro-ministro Luís Montenegro mantêm o SNS". "Isto é uma ausência de investimento sério em sistemas digitais que coloca em risco não só o trabalho dos médicos e de todos os profissionais de saúde, mas, acima de tudo, a segurança dos doentes, porque ficamos impedidos de ver a informação clínica, não conseguimos prescrever, não conseguimos ver os exames", explicou Joana Bordalo e Sá.Disse que caso as falhas no sistema informático persistissem, cirurgias e consultas não se poderiam realizar, tendo a FNAM aconselhado os médicos a avançarem com escusas de responsabilidade. "Não podemos ser responsabilizados por falhas que resultam por inoperância governativa, mais uma vez", afirmou Joana Bordalo e Sá. Já em declarações à Lusa, Joana Bordalo e Sá, explicou que os problemas começaram ainda na tarde de quarta-feira, 17 de setembro, com o sistema ficar muito lento, e durante a noite ficou inoperacional."Neste momento em muitas unidades ainda não é possível aceder à ficha do utente", disse."O que está em causa não é apenas a burocracia. É mesmo a qualidade da assistência clínica, que pode colocar em causa o ato médico", referiu à SIC Notícias."É inaceitável que, em 2025, ainda tenhamos um serviço público de saúde dependente de sistemas tão frágeis, sem redundâncias e sem investimento", lamentou a presidente da FNAM.Ao DN, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) explicaram, em comunicado, que os constrangimentos resultaram "de uma atualização realizada pela NOS no software da Rede Informática da Saúde (RIS), que provocou instabilidades nos sistemas de informação, afetando alguns sistemas de apoio dos cuidados de saúde, nomeadamente, na Prescrição Eletrónica Médica (PEM)".Também a "NOS confirmou que se verificou alguma instabilidade no sistema informático interno do Serviço Nacional de Saúde". "Esta instabilidade teve origem na atualização do software e assim que a causa foi identificada, a situação foi imediatamente resolvida, estando o serviço normalizado desde as 09h30", explicou o operador, em comunicado.A SPMS lamentou "os transtornos causados" pelos constrangimentos informáticos. .Sistema informático do Hospital de Loures totalmente reposto uma semana após falha