A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) vai pedir esclarecimentos ao Ministério da Administração Interna (MAI) sobre a razão por que foi travada a formação de 500 novos polícias, disse esta quarta-feira o presidente da associação.."Em primeiro lugar estamos a fazer diligências no sentido de obter esclarecimentos por parte do Ministério da Administração Interna no sentido de primeiro perceber o que levou a esta decisão, tendo em conta o retrato atual que a ministra tem da própria polícia, e por outro lado perceber, tendo em conta este retrato, se há algum esclarecimento onde esteja previsto um plano "B", alguma coisa que desconheçamos", disse Paulo Rodrigues..Sobre as diligências que está a fazer, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia admitiu que já está a diligenciar para pedir uma reunião com a ministra da Administração Interna e com os grupos parlamentares, não apenas com os dos partidos que suportam o Governo, no sentido de obter esclarecimentos sobre a situação e de os sensibilizar para que tomem uma posição sobre uma questão "que vai prejudicar todos"..O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia reagiu assim à notícia divulgada hoje pelo Correio da Manhã, que refere que o Governo tinha prometido abrir concurso para 800 novos polícias, num processo que já vinha desde 2014, e que agora o ministro das Finanças "travou" ao autorizar apenas a entrada de 300 novos polícias para formação, deixando de fora os 500 candidatos que já tinham sido aprovados em provas de seleção..Segundo o Correio da Manhã, o dossiê estava com o Ministério das Finanças há várias semanas e tinha de sair até 09 de setembro, data em que caducava o concurso previsto pela portaria emitida pelo anterior governo, sob pena de a Polícia ter de reiniciar o processo de candidaturas.."O Ministério das Finanças confirma o chumbo, garantindo ao Correio da Manhã que a decisão foi tomada no início deste mês e que se deve a "constrangimentos orçamentais", acrescenta o matutino.."Estamos a falar de segurança interna, estamos a falar da capacidade de resposta da Polícia de Segurança Pública (PSP) daquilo que são as preocupações dos portugueses e até da própria Europa ao nível da segurança interna, portanto, tudo isto pode estar a ficar em causa", frisou o dirigente da associação sindical..Paulo Rodrigues disse ainda estranhar ter tomado conhecimento da situação pela comunicação social, uma vez que em reuniões anteriores com a ministra da tinham solicitado que fosse alargado o número de elementos a recrutar..O dirigente da sindical disse que "no mínimo" prendiam a formação de 800 elementos.."Não era o ideal [800], mas dentro daquilo que é o limite, também tendo em conta os constrangimentos orçamentais, consideramos que, no mínimo 800 elementos era o número que se podia considerar aceitável neste contexto..A redução de efetivos a formar, na sequência da decisão do Ministério das Finanças, coloca a Polícia numa situação difícil, disse.."Não só porque já estamos a trabalhar "nos mínimos, (...), no fio da navalha", porque não há efetivos, em segundo lugar temos efetivo que tem aumentado cada vez mais a média de idades e por outro lado vem de alguma forma pôr em causa a capacidade de resposta aos vários níveis até porque temos tido, por parte da União Europeia, algumas orientações no sentido de reforçar a prevenção à criminalidade, até por causa das ameaças terroristas, o que nos obriga a ter mais polícias na rua (...) e neste momento esta decisão vem, precisamente, ao contrário", concluiu.