Provas de aferição do 5.º e 8.º anos revelaram “decréscimo de aprendizagem”
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) divulgou as conclusões da análise aos resultados das provas de aferição do ano letivo anterior e as considerações não são positivas, no que se refere aos 5.º e 8.º anos. Sobre as provas do 2.º ano, o ministério não faz qualquer referência.
Os alunos do 5.º ano, recorde-se, realizaram provas de aferição às disciplinas de Educação Musical, Matemática e Ciências Naturais, enquanto os de 8.º ano foram testados em Português e Inglês. Em comunicado, o MECI faz referência apenas às notas de Português (8.º), Matemática e Ciências Naturais (5.º), salientando o défice de aprendizagem nestas disciplinas.
“A prova de Português do 8.º ano revela aprendizagens consideravelmente menos consolidadas do que em anos anteriores, sobretudo no domínio da leitura e, em geral, nas competências recetivas (compreensão)”, refere o documento, que aponta também nas provas de Matemática e Ciências Naturais do 5.º ano “um decréscimo sistemático de qualidade de aprendizagens, independentemente do ano e do instrumento de avaliação utilizado”. O MECI afirma mesmo serem “preocupantes os baixos resultados referentes aos domínios das Ciências Naturais do 5.º ano”.
Contudo, refere o MECI, não é possível realizar comparações com anos anteriores “devido à tipologia destas provas e à sua aplicação”, aproveitando para anunciar as mudanças que serão efetivadas a partir deste ano letivo.
Publicação de resultados anualmente, em novembro
A publicação deste relatório nacional fecha o ciclo das Provas de Aferição. A partir deste ano letivo, realizam-se Provas de Monitorização da Aprendizagem (ModA) nos 4.º e 6.º anos (anos terminais de ciclo) a Português, a Matemática e a uma disciplina rotativa a cada três anos (ver texto da página anterior). Os resultados das provas passarão a ser publicados, anualmente, em novembro.
Segundo o MECI, “o novo modelo de avaliação externa dos alunos do Ensino Básico vai permitir a comparabilidade dos resultados entre anos letivos e entre anos de escolaridade, assumindo-se como um instrumento ao serviço das escolas e dos professores, robustecendo o diagnóstico das aprendizagens a melhorar”.
“Assim, será possível verificar as tendências de evolução dos resultados dos alunos, implementando-se em Portugal um modelo de monitorização que acompanha as melhores práticas inter-nacionais”, lê-se no comunicado.