O presidente do INEM manifestou-se a favor da criação de uma central única de atendimento que juntaria a entidade que dirige a CODU e SNS24.Luís Cabral concorda com a fusão dos serviços, de forma a melhorar o atendimento urgente aos doentes, e defende que essa junção seja essencialmente operacional.“Era a última peça do puzzle” que faltava, depois de o INEM ter sido alvo “de duas auditorias e agora esta avaliação da Comissão Técnica Independente”, frisou, em entrevista à RTP.“São três aspetos diferentes daquilo que é o funcionamento do Instituto, mas que vão ter que ser agora coligidos, de forma a garantirmos que as soluções são comuns aos três”, explicou este sábado..Comissão para a refundação do INEM propõe central única de atendimento. O responsável admite que existem algumas divergências, pelo que seria necessária uma adaptação, incluindo a “fusão física do SNS24 com as nossas centrais CODU”. “Temos de ter algoritmos de triagem semelhantes”, vincou, traçando como objetivo evitar que “haja transferência de chamadas”.“Mais do que fazer a fusão física” é preciso “fazer uma fusão funcional”, defendeu, explicando que a decisão de uma central deve ser a mesma das restantes. “Se é para enviar uma ambulância, a ambulância é enviada; se é para fazer apenas aconselhamento, será feito", vaticinou o responsável, que pretende que os portugueses não andem "a ser transferidos de uma central para a outra”. “É esse o nosso objetivo”, explanou. A proposta de refundação do INEM, já entregue ao Ministério da Saúde, defende que as chamadas de socorro feitas para o 112 e para a Linha de Saúde SNS24 (808242424) sejam atendidas na mesma central de atendimento.Em reação, a Comissão de Trabalhadores do INEM contestou este sábado as afirmações da Comissão Técnica Independente (CTI) para a refundação deste organismo público, por considerar que “não refletem a realidade”, inclusive com propostas já implementadas..Central de atendimento única é inexequível “sem infraestruturas e presença física garantidas". Luís Cabral, que está há um mês na liderança do INEM, afirmou que os “trabalhadores devem ter noção clara que nós devemos aos portugueses uma resposta” e lamentou “a degradação enorme da confiança dos portugueses no Instituto”, mas considerou que o NEM tem de ser capaz de “ultrapassar essas restrições e entrar no novo modelo de organização”.“Aceitei esta missão, sabendo que ia haver uma refundação do INEM. Este processo de mudança precisa de uma liderança e essa liderança tem de ser reconhecida", prosseguiu Luís Cabral, que não teve qualquer papel na definição do novo modelo de organização e clarifica que "gostaria de trabalhar com todos”.Em relação à greve geral de 11 de dezembro, Luís Cabral garante que haverá serviços mínimos, até porque o “INEM aprendeu com os seus erros”, apelando a todas as classes profissionais que trabalham no instituto “que respeitem aquilo que os portugueses pedem” e que “tenham um espírito ético e deontológico”.“Era importante que todas as classes que se querem reconhecer como classes profissionais de saúde tenham a noção que ser profissional de saúde implica ter ética com os nossos doentes”, acrescentou..Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar associam-se à greve geral. Serviços mínimos definidos no INEM. Luís Cabral defende que o Ministério da Saúde tem “feito um trabalho árduo” com os sindicatos e na valorização de carreiras, apesar das queixas de falta de recursos humanos.