Portugal vai enviar "em breve" mais de 99 toneladas de material médico e militar para a Ucrânia, adiantou na segunda-feira a ministra da Defesa, Helena Carreiras, numa nota na rede social Twitter..Na publicação em que a governante aparece junto da embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, numa fotografia, pode ler-se que é reafirmado "o apoio de Portugal à resistência dos ucranianos contra a agressão da Rússia".."Neste âmbito serão enviadas em breve mais 99 toneladas de material militar e médico", salienta..Na passada quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho havia dito, à chegada a uma reunião da NATO, em Bruxelas, que Portugal já enviou entre 60 e 70 toneladas de material de guerra para a Ucrânia e enviaria mais "num futuro próximo"..Questionado sobre se Portugal está disposto a fornecer mais equipamento militar à Ucrânia, depois de o secretário-geral da NATO ter advertido, à chegada para a reunião, que o país "tem uma necessidade urgente" de mais apoio militar e dito esperar que os aliados cheguem a um acordo nesse sentido, Gomes Cravinho confirmou que está previsto o envio de mais material de guerra, "seja defensivo, seja ofensivo", ou seja, "material de proteção e também material ofensivo", designadamente armas e munições.."Portugal tem vindo a apoiar a Ucrânia. Já enviou mais de 60, 70 toneladas de material de guerra para a Ucrânia e enviará mais num futuro próximo", disse, confirmando que o material a enviar em breve será do mesmo tipo, pois "é o material de que Portugal dispõe para poder colocar nas mãos dos ucranianos"..Para "mais pormenores", o novo chefe da diplomacia portuguesa remeteu questões para a sua colega ministra da Defesa nacional, e sucessora no cargo, Helena Carreiras..Relativamente ao encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica, que decorre entre hoje e quinta-feira na capital belga, João Gomes Cravinho indicou que os aliados discutirão o apoio que poderão continuar a dar à Ucrânia, questão que terão oportunidade de debater com o próprio chefe da diplomacia ucraniano, Dmytro Kuleba.."Teremos connosco o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, o ministro Kuleba, que nos irá fazer um 'briefing' sobre a situação que se vive atualmente na Ucrânia e a perspetiva que o Governo ucraniano tem sobre a situação e sobre os apoios que tem vindo a receber", disse..Relativamente à política de sanções à Rússia, e um dia após a Comissão Europeia ter colocado sobre a mesa a proposta de um quinto pacote de medidas restritivas da União Europeia dirigidas a Moscovo, o ministro comentou que, "infelizmente, a tendência é para se acentuarem as sanções".."Digo infelizmente porque isto resulta diretamente da posição da Rússia. A Rússia continua a agredir, continuar a cometer atrocidades, infelizmente, e, portanto, a tendência é para se aumentarem as sanções e não para se atenuarem", declarou..À entrada para a reunião, o secretário-geral da NATO admitiu hoje que a Ucrânia precisa urgentemente de mais apoio militar e disse esperar que os Aliados, reunidos em Bruxelas ao nível de chefes da diplomacia, concordem em fornecer "muitos tipos diferentes de equipamento".."A Ucrânia tem uma necessidade urgente de apoio militar e essa é a razão pela qual é tão importante que os Aliados concordem em apoiar ainda mais a Ucrânia com muitos tipos diferentes de equipamento, tanto equipamento mais pesado, como também sistemas de armas ligeiros", disse Jens Stoltenberg..O dirigente sublinhou a importância do apoio militar que a NATO tem prestado ao exército ucraniano para se defender da invasão russa, apontando que "está à vista que este apoio tem tido um efeito todos os dias".."Podemos ver as imagens de todos os blindados russos destruídos. Isso é algo que foi feito com armas antitanque e armas anti-blindados fornecidas pelos aliados da NATO", indicou..A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior..A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos..Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária..A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.