Sete dias a bater recorde. No sábado morreram 11 pessoas por hora de covid-19
Passada a barreira das dez mil mortes por covid-19, foram registados 275 óbitos e 11 721 novos casos nas últimas 24 horas. No total esta semana morreram 1608 pessoas. Pressão sobre hospitais continua. Há mais de seis mil pessoas internadas
Portugal registou mais 275 mortos e 11 721 novos casos de infeção por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste domingo (24 de janeiro). É o novo máximo de mortes atribuídas ao novo coronavírus, depois de no sábado terem sido reportados 274 e ultrapassada a barreira das 10 mil mortes.
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É o sétimo dia seguido a bater o recorde de mortalidade. No sábado, a cada hora que passou morreram mais de 11 pessoas da doença. No total, esta é uma semana negra. Mais de 1600 pessoas (1608) perderam a luta para o novo coronavírus nos últimos em sete dias, o que representa mais de 10% do total de vítimas de toda a pandemia (10 469). A semana começou com 167 óbitos e termina assim com 275.
A maioria dos óbitos aconteceu na Região de Lisboa e Vale do Tejo (125 dos 275). O Norte reportou 57 mortes e 4188 novos casos, enquanto o Centro tem agora mais 2219 infetados e 54 mortes. No Alentejo houve 30 óbitos e 623 casos e o Algarve mais 8 óbitos e 424 casos nas últimas 24 horas. Nos Açores não houve qualquer morte (49 casos) e na Madeira morreu uma pessoa (51 casos).
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Olhando para o perfil etário, a maior parte das pessoas que morreram pertenciam ao grupo etário com mais de 80 anos, mas houve um óbito na faixa dos 40 aos 49 anos.
O número de novos infetados diminuiu, mas continua acima dos dez mil por dia. Depois de no sábado terem sido registados 15 333 novos casos, este domingo a DGS reportou menos 3612 (11721). Desde o início da pandemia, Portugal já registou 636 190 infeções.
A pressão sobre os hospitais continua. Há agora 6 117 pessoas internadas devido à covid-19 em Portugal, mais 195 do que no sábado. Os doentes em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) são agora 742, mais 22 do que na véspera.
Quanto aos recuperados são mais 5167, num total de 456 491 desde o início da pandemia (20 de março de 2020). Há ainda mais 6279 casos ativos (total de 169 230) e mais 4432 pessoas em vigilância (total de 210 664).
Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que já detetou "a presença da variante da África do Sul também em Portugal", o R(t) nacional encontra-se acima de 1 há 24 dias. Neste período variou entre 1,01 e 1,25.
O valor médio do Rt, entre os dias 14 e 18 de janeiro, foi de 1,13 em Portugal, sendo, por regiões, mais alto em Lisboa e Vale do Tejo (1,17), seguindo-se o Norte (1,12), o Centro (1,12), a Madeira (1,08), o Algarve (1,06), o Alentejo (1,05) e os Açores (0,93).
Morreram mais três médicos nos últimos dias. Ordem pede vacinação do setor privado
A Ordem dos Médicos (OM) informou este domingo que morreram mais três médicos vítimas de covid-19, nos últimos dias, e voltou a apelar ao Governo para que melhore as condições de trabalho para reduzir o risco de infeção. Nesta altura há 10 606 profissionais de saúde infetados com covid-19, segundo revelou ao DN a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Depois de expressar uma homenagem pública aos colegas, o bastonário da OM, Miguel Guimarães, também critica que o plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal, por "continuar a deixar milhares de médicos de fora desta fase, prejudicando quem está no terreno a salvar vidas".
O bastonário explica que, no total, chegaram ao conhecimento da Ordem dos Médicos seis óbitos de médicos com covid-19, mas ressalva que só a tutela tem na sua posse dados a nível nacional que permitam saber efetivamente quantos médicos morreram no combate à pandemia.
Miguel Guimarães reivindicou a vacinação para o setor privado e lembrou que há um total de 6 562 profissionais a ser vacinados. E desses "nem meia centena terão chegado a receber a vacina", apesar dos números do Governo falaram em 4000.
Eleições em confinamento. Atenção às multas
Portugal está confinado. Em dia de Eleições Presidenciais as restrições mantêm-se e as forças de segurança, nomeadamente PSP e GNR, têm ordens para "a cobrança imediata das coimas", segundo um despacho do Ministério da Administração Interna. Passeios higiénicos ou com os animais de companhia também exigem comprovativo, tal como já acontecia com as deslocações por trabalho.
Apesar do esperado aumento da abstenção devido à pandemia, a Comissão Nacional de Eleições garante a segurança do ato eleitoral deste domingo. José Manuel Almeida, membro da Comissão Nacional de Eleições afirmou que os presidentes de câmara, que estiveram sempre em articulação com a Comissão Nacional de Eleições, "querem que os seus municípios estejam seguros". Para votar tem de levar a caneta de casa.