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Igor MartinsA investigadora de extremismo violento, Cátia Moreira de Carvalho

Operação contra a extrema-direita. “Isto é tão perigoso. Nunca pensei ver isto em Portugal”

Cátia Moreira de Carvalho é uma investigadora em extremismo violento. Representou Portugal num encontro de alto nível da Comissão Europeia sobre prevenção da radicalização.
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A investigadora Cátia Moreira de Carvalho, especialista em extremismo violento e radicalização, reage à operação da Polícia Judiciária (PJ), “Desarme 3D” como elevada apreensão. “Isto é tão perigoso. Armas produzidas em 3D. Nunca pensei ver isto em Portugal”, declara.

Conforme foi revelado pela PJ, além de explosivos, armas de fogo e armas brancas, foram ainda apreendidas armas criadas em impressoras 3D, um facto “inédito”, como assumiu, em conferência de imprensa, a diretora da Unidade Nacional de Contraterrorismo da PJ, Manuela Santos.

Autora de uma tese de doutoramento sobre a prevenção e combate à radicalização islâmica, a investigadora insiste na “necessidade de uma prevenção ativa em Portugal”. “Ando há muito tempo a fazer esse apelo e parece que estava a pedir algo alienígena”, assevera.

Revela que há uma semana foi representante portuguesa num encontro de alto nível da Comissão Europeia sobre prevenção da radicalização ( EU Knowledge Hib on Prevention of Radicalisation), num painel denominado “Management of foreign terrorist fighters, volunteeers and their families”.

“Os membros do painel, que não representavam todos os estados membros, apresentavam os programas de prevenção dos seus países. Eu não tinha nada para dizer sobre Portugal. Uma vergonha. Também diziam que a maior ameaça nos seus países era a extrema-direita, que tem vindo a ser menosprezada”, sublinha.

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A PJ deteve seis pessoas suspeitas de integrar o Movimento Armilar Lusitano (MAL), "o qual pretendia constituir-se como um movimento político, apoiado numa milícia armada, e encontram-se indiciados pela prática de factos enquadráveis nos crimes de infrações terroristas, alteração violenta do Estado de direito e de detenção de armas proibidas".

A investigação, iniciada em 2021 num inquérito titulado pelo Departamento Central de Investigação Ação Penal (DCIAP) "resultou da deteção on-line de indicadores de manifestações extremistas por parte de apologistas de ideologias nacionalistas e de extrema direita radical e violenta, seguidores de um ideário antissistema e conspirativo, que incentivava à discriminação, ao ódio e à violência contra imigrantes e refugiados".

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