Extrema-direita violenta. PJ assume “surpresa” com a quantidade de material de guerra
A Polícia Judiciária (PJ) assume “surpresa” com o volume e diversidade de material apreendido no âmbito da investigação a suspeitos de ligação a um grupo designado Movimento Armilar Lusitano (MAL), visado na operação em que foram detidas seis pessoas, uma das quais é um PSP ao serviço da Polícia Municipal de Lisboa. Também foi encontrado material do grupo "1143".
Em conferência de imprensa, enquanto passava num ecrã um vídeo a corroborar as suas palavras, Manuela Santos, diretora da Unidade Nacional de Contraterrorismo, que desenvolveu a operação, sublinhou que tinha sido “surpreendente a quantidade, qualidade e diversidade” do material apreendido”, assinalando, em particular, o facto de, pela primeira vez, terem sido também apreendidas armas 3D, “o que é inédito”.
Manuela Santos destacou ainda a “surpresa” de este grupo ter já “a capacidade” de executar um atentado com “alguma projeção”, entre “armamento, recrutamento e treino de pessoas para algo que ainda não sabemos o quê”.
Antes, o diretor nacional da PJ reiterou o empenho da PJ em contrariar a atividade deste tipo de grupos extremistas, considerando este fenómeno “muito sério, disruptivo, com grande relevância social e criminal”.
Luís Neves alertou para um “crescendo de discursos desta natureza e ao incitamento de camadas mais jovens através das redes sociais, atingindo jovens cada vez mais jovens”.
“Estamos muito preocupados”, afirmou. “Este é um combate de todos, não só da polícia, mas também da sociedade civil”, concluiu.
Em comunicado a PJ adiantou que a investigação, titulada pelo Departamento Central de Investigação Ação Penal (DCIAP) "resultou da deteção on-line de indicadores de manifestações extremistas por parte de apologistas de ideologias nacionalistas e de extrema direita radical e violenta, seguidores de um ideário antissistema e conspirativo, que incentivava à discriminação, ao ódio e à violência contra imigrantes e refugiados".