Rui Fonseca e Castro, líder do Ergue-te, foi detido no Largo de São Domingos, em Lisboa.
Rui Fonseca e Castro, líder do Ergue-te, foi detido no Largo de São Domingos, em Lisboa.FOTO: Leonardo Negrão

Oito pessoas identificadas. "Quem convive mal com a tolerância não é digno do 25 de Abril, diz Montenegro

Os três detidos na sexta-feira – entre eles Rui Fonseca e Castro e Mário Machado - foram notificadas para comparecerem perante o Ministério Público na segunda-feira.
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O primeiro-ministro defendeu este domingo que todos aqueles que convivem mal com a diferença e a tolerância não são dignos de viver o 25 de Abril e o seu significado, comentando os confrontos na sexta-feira em Lisboa, que resultou na detenção de três pessoas.

De acordo com o Expresso, a PSP está a tentar identificar mais elementos da extrema-direita que participaram nos distúrbios do 25 de Abril no Rossio, tendo identificado já oito pessoas.

Os três detidos na sexta-feira – entre eles o presidente do partido Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, e o líder do movimento 1143, Mário Machado foram notificadas para comparecerem perante o Ministério Público na segunda-feira, que decidirá o seguimento a dar ao processo.

O terceiro elemento é, de acordo com a SIC Notícias, Jorge Bento, do movimento 1143, que estaria infiltrado entre populares defensores dos valores de Abril e que terá iniciado as agressões.

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"O 25 de Abril é uma data que nos transmite o sentimento de liberdade, o sentimento de respeito e tolerância pelo pensamento diferente, isso é a essência do 25 de Abril, é a essência da democracia e, portanto, todos aqueles que convivem mal com a diferença, com a tolerância, não são, efetivamente, dignos de poder viver plenamente o 25 de Abril e o seu significado. E eu lamento isso", afirmou este domingo Luís Montenegro, depois de cruzar a meta da caminhada dos cinco quilómetros, uma das provas da 5.ª edição da Maratona da Europa, que se realizou em Aveiro.

Montenegro defendeu que quando há excessos, tem de haver alguém que ponha ordem e que garanta a liberdade de todos. "Eu creio que as autoridades fizeram aquilo que se impunha para manter a tranquilidade e a ordem pública. Agora quando há comportamentos que são de excesso e que extravasam o cumprimento das regras, isso responsabiliza os autores desses comportamentos", referiu.

No sábado, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, já havia comentado os incidentes. “No que diz respeito à extrema-direita, só me ocorre dizer que eles falam muito da ordem, mas são os primeiros responsáveis pela desordem. Portanto, não devemos levar tanto a sério a extrema-direita. A polícia deve fazer o seu trabalho e fazer cumprir a lei”, declarou.

O dirigente socialista criticou ainda a excessiva mediatização televisiva concedida “a meia centena de desordeiros” da extrema-direita. “Vocês dividiram a imagem entre um evento que juntou nem meia centena de pessoas e outro com milhares e milhares” de cidadãos, disse aos jornalistas.

O líder do Chega responsabilizou, também no sábado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, pelos desacatos registados durante os festejos do 25 de Abril. André Ventura criticou a decisão da autarquia lisboeta de proibir concentrações de grupos da extrema-direita, alegando que a Câmara cedeu à "pressão pública, sobretudo da esquerda política", ignorando na sua intervenção o facto de as autoridades policiais terem dado parecer negativo à concentração convocada pelo Ergue-te.

Para o líder do Chega, a proibição "num dia de liberdade parece ou assemelha-se a censura" e expôs manifestantes, jornalistas e forças de segurança a riscos "absolutamente desnecessários".

*com Lusa

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