"Não queremos viver num país do medo" é o lema de concentração de domingo no teatro 'A Barraca'
"Não queremos viver um país do medo". Este é o mote de uma concentração marcada para o próximo domingo, 15 de junho, na sequência das agressões ao ator Adérito Lopes, no teatro A Barraca. A convocatória é da estrutura de criação "A Rafeira", formada por artistas.
A concentração está marcada para às 16h00, em frente ao teatro. "O ataque cobarde do grupo neonazi ao ator Adérito Lopes convoca-nos em solidariedade para afirmar que não veremos a ascensão do fascismo em silêncio", lê-se na publicação de divulgação da iniciativa.
Na visão dos artistas, a situação não é isolada. "Não é um caso isolado. Sabemos que esta onda de ataques a migrantes, pessoas racializadas, trabalhadoras, pobres e trabalhadores da cultura não vai ficar por aqui. Está a crescer alimentada pela impunidade judicial, pelo silêncio e pela desigualdade económica", destacam.
O grupo apela que as pessoas compareçam na concentração. "Juntamo-nos domingo em solidariedade, para estarmos juntas e para nos organizarmos para mudar isto tudo- é a tarefa do nosso tempo combater este país desigual sem nunca sacrificar os direitos fundamentais entre os quais a liberdade de expressão. Este não é o momento de ficares em casa!". A publicação já tem centenas de partilhas nas redes sociais.
Agressor identificado
As autoridades já terão recolhido indícios que podem ligar o o suspeito de agredir o ator Adérito Lopes, junto ao teatro A Barraca, na noite de terça-feira, 10 de junho, ao grupo neonazi Blood & Honour. Fonte ligada à investigação, que está a ser coordenada pela Polícia Judiciária com apoio da Polícia de Segurança Pública (PSP), confirmou ao DN, para já, que o identificado tem 20 anos e estará ligado a um grupo de extrema-direita.
Vídeo filmado por pessoas que estavam no teatro mostram que, no momento da agressão, estavam próximos alguns suspeitos de pertencerem ao grupo Blood & Honour, há vários anos conhecidos pelas autoridades de segurança.
amanda.lima@dn.pt