Muitas escolas podem encerrar hoje, sexta-feira, devido a uma greve nacional do pessoal não docente. Trata-se da terceira paralisação em apenas três semanas como forma de protesto pela falta de valorização da carreira. Convocada pelos Sindicatos da Função Pública/CGTP-IN, deverá ter “uma forte adesão”, com expetativas de que tenha um impacto ainda maior do que as duas anteriores, até por envolver mais associações sindicais. .Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), alerta para a possibilidade do encerramento de escolas, “principalmente de 1º ciclo”. “Acredito que terá muita adesão e os estabelecimentos de 1º ciclo vão ser as vítimas, com um grande número de escolas fechadas. Também devem encerrar escolas de 2º e 3º ciclos e a falta de funcionários pode levar os diretores e não abrir por falta de condições de segurança”, justifica. .O responsável aconselha, assim, os pais a “estarem atentos” e a organizarem-se tendo em conta a possibilidade de a escola estar fechada, pois prevê que a greve possa ter grande adesão, até porque “os delegados sindicais foram às escolas a anunciar essa greve a falar com os funcionários”. .Para o responsável, estas “três greves seguidas” servem como “uma chamada de atenção, sobretudo para os baixos vencimentos do pessoal não docente”. “É um salário muito reduzido face ao trabalho que desempenham nas escolas”, defende. .O presidente da ANDAEP alerta ainda para o trabalho excessivo dos funcionários pela falta de revisão do rácio de assistentes operacionais nas escolas. “Temos cada vez mais alunos com necessidades específicas, estudantes migrantes e alunos cada vez mais desafiantes e a portaria dos rácios não é revista há alguns anos”, conclui..“Uma grande greve”, preveem sindicalistas.“A maioria das escolas vão estar encerradas, outras poderão estar abertas no início do dia, mas depois fecham porque vão perceber que não há condições de funcionamento. As que ficarem abertas não terão o mínimo de condições de segurança”, avisa Artur Sequeira, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais..O sindicalista diz ter “dados concretos de uma grande greve”, que foi anunciada no início de setembro e não foi desconvocada por falta de resposta do ME. “O ministério, que já conhece esta greve há um mês, não agendou qualquer reunião com a federação no sentido de apresentar qualquer proposta de negociação com base no nosso caderno reivindicativo”, justifica.