O turismo do Porto e Norte de Portugal prepara-se para bater este ano um novo recorde, impulsionado pelas festas do Natal e do réveillon. Luís Pedro Martins, presidente desta região turística, prevê que os proveitos totais do setor do alojamento ultrapassem a “barreira mágica dos mil milhões de euros”. Será mais um exercício histórico para as empresas hoteleiras que, já em 2023, obtiveram receitas globais superiores a 955 milhões de euros..Como sublinha Luís Pedro Martins, o Porto e Norte de Portugal apresentou um crescimento de 11% nos proveitos totais até outubro, indicador que permite antever que irá “terminar 2024 acima dos mil milhões de euros”. Para este resultado anual, “muito contribui a época alta do Natal e Ano Novo, pelo que estimamos que esta época de festas de 2024 possa ser melhor do que a anterior neste item”, adianta..Nas suas projeções, a taxa de ocupação das unidades de alojamento da região deverá ultrapassar os 85% nesta quadra festiva. Como refere, “considerando o aumento na procura por reservas de última hora, neste momento, a taxa de ocupação está alinhada com as expectativas”. O mercado interno será o grande motor do setor nesta época do ano, mas a procura é também “bastante expressiva” de turistas oriundos de Espanha, EUA, França, Alemanha e Reino Unido. Em termos globais, o setor deverá registar um crescimento de 8% nestas últimas semanas de 2024..A região “Porto e Norte tem na sua origem” tudo para se distinguir face a destinos semelhantes nestas festas de fim de ano. “É isso que nos torna originais e que não se esgota na cidade do Porto”. Como adianta, “sem querer particularizar muito, pois é sempre um risco, cidades como Barcelos, Braga, Matosinhos, Bragança, Viana do Castelo, Vila Real, entre outras, têm propostas muito interessantes. Ou até lugares de aldeias como a Gralheira, em Cinfães, ou Quintandona, em Penafiel”. Em suma, “não faltam alternativas”, realça..Um bom ano.A somar ao previsível aumento dos proveitos das empresas de alojamento, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) prevê que a região receba este ano um total de 7,4 milhões de hóspedes e contabilize 14 milhões de dormidas, num trajeto de “crescimento sustentado face a 2023, que já tinha sido um ano recorde”. No último exercício, a região recebeu sete milhões de hóspedes, dos quais 3,8 milhões foram estrangeiros, que geraram 13,3 milhões de dormidas. A taxa de ocupação foi de 63,9% e a estadia média fixou-se em 1,9 noites..Esta performance do setor deverá ser acompanhada pelo incremento no movimento de passageiros no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, acredita Luís Pedro Martins, até porque “o crescimento da procura internacional foi, em 2024, mais expressivo do que o mercado interno”. Como adianta, “o aeroporto poderá chegar ao final do ano com um crescimento de cerca de 7% em relação aos 15 milhões de movimentos de passageiros alcançados em 2023”..Luís Pedro Martins lembra que a TPNP é responsável pela promoção externa da região e, por essa via, pela captação de turistas, e esse tem sido um dos maiores desafios. “Julgo que estamos a conseguir ser bem sucedidos”, diz. A provar essa conquista está a entrada para o ranking dos principais mercados internacionais da Argentina, Chile, Colômbia e México, para além do crescimento significativo registado junto de mercados emergentes como a Austrália, a China, o Japão e a Coreia do Sul, adianta..O responsável destaca ainda o exemplo dos Estados Unidos: “O que está a acontecer com o mercado americano é fantástico: em 2019 não estava sequer no top 5 da região, hoje é o segundo mercado, fruto de muito trabalho entre todos, região, delegações do Turismo de Portugal, muitas ações de promoção externa, contratação de global sales office, press e fam trips…” Na sua opinião, o setor “tem demonstrado coesão e alinhamento”..Os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que, até outubro, a região Norte garantiu proveitos totais de 936,8 milhões de euros, mais 11% do que no período homólogo de 2023. As unidades de alojamento somaram 12,3 milhões de dormidas (um aumento homólogo de 5,8%), das quais 7,9 milhões respeitam a turistas estrangeiros (mais 8,2% que nos primeiros 10 meses de 2023).