O ex-presidente guineense Umaro Sissoco Embaló.
O ex-presidente guineense Umaro Sissoco Embaló.EPA

Mulher de ex-presidente da Guiné-Bissau arguida por contrabando e branqueamento

No domingo, a PJ deteve em Figo Maduro o chefe de protocolo de Sissoco Embaló, o qual foi potsreiormente libertado. No voo seguia também Dinisia Reis Embaló, que foi constituída arguida
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A mulher do ex-presidente da Guiné-Bissau foi constituída arguida por suspeita de contrabando e branqueamento, no caso em que um homem próximo de Sissoco Embaló foi detido em Lisboa, confirmou esta terça-feira, 16 de dezembro, à Lusa fonte ligada à investigação.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve no domingo, no Aeroporto Militar de Figo Maduro, em Lisboa, o chefe de protocolo de Sissoco Embaló por suspeita de contrabando e branqueamento de capitais, por transportar na bagagem cerca de cinco milhões de euros em numerário.

O ex-presidente guineense Umaro Sissoco Embaló.
PJ detém homem próximo de presidente deposto da Guiné-Bissau com 5 milhões de euros. Chegou no mesmo voo militar da ex-primeira-dama

Tito Fernandes foi mais tarde libertado sem ser apresentado a tribunal e no avião, proveniente da Guiné-Bissau, seguia ainda Dinisia Reis Embaló, que, embora não tenha sido detida, foi constituída arguida, também por contrabando e branqueamento de capitais.

Segundo a mesma fonte, o montante foi apreendido e a sua origem vai agora ser investigada pelas autoridades.

De acordo com uma nota emitida pela PJ no domingo, "o voo estava inicialmente classificado como sendo militar e, depois de Lisboa, seguiria para [o aeroporto de] Beja", no sul de Portugal, tendo-se posteriormente verificado que a sua natureza e destino final "eram distintos" dos que tinham sido indicados às autoridades aeronáuticas.

Fonte ligada à investigação especificou esta terça-feira à Lusa que o destino final seria o Dubai.

A ação policial, em conjunto com a Autoridade Tributária, aconteceu na sequência de uma denúncia anónima.

A informação de que a mulher de Sissoco Embaló é arguida foi avançada hoje pelo jornal "Público".

Um autodenominado "alto comando militar" tomou o poder na Guiné-Bissau em 26 de novembro, três dias depois das eleições gerais (presidenciais e legislativas) do país africano e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados.

A oposição e figuras internacionais têm afirmado que o golpe de Estado foi uma encenação orquestrada por Sissoco Embaló por alegadamente ter sido derrotado nas urnas, impedindo assim a divulgação de resultados e mandando prender de forma arbitrária diversas figuras que apoiavam o candidato que reclama vitória, Fernando Dias.

Entre os detidos, está Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), enquanto Fernando Dias está refugiado na embaixada da Nigéria em Bissau.

Depois de destituído, Sissoco Embaló saiu de Bissau, em 28 de novembro, para Dacar, no Senegal, e dias depois, deixou este país e foi para Brazaville, no Congo.

Em 04 de dezembro, circulava nas redes sociais a informação de que viajara, na véspera, para Marrocos.

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