O Movimento Vida Justa anunciou esta quinta-feira (24 de julho) a realização de uma manifestação em Lisboa, na próxima quarta-feira (30), junto à sede do Conselho de Ministros, “contra a destruição de casas" e por um plano de emergência para a habitação.Nas suas páginas nas redes sociais, o movimento anunciou o protesto para a próxima quarta-feira, às 19:00, na avenida João XXI, em frente ao Conselho de Ministros, “contra a destruição de casas, os despejos e as mentiras”.O movimento defende ainda “um plano de emergência para a habitação e casas que possam ser pagas pelos ordenados”.Os municípios de Loures e Amadora, no distrito de Lisboa e ambos presididos pelo PS, realizaram a semana passada operações de demolição de casas precárias construídas pelos habitantes, o que provocou grande polémica.A autarquia de Loures iniciou na passada segunda-feira uma operação de demolição de 64 habitações precárias no bairro do Talude Militar, que acolhem 161 pessoas.Em dois dias, foram demolidas 55, antes da suspensão das operações por despacho de um tribunal de Lisboa, na sequência de uma providência cautelar interposta por 14 moradores.Na Amadora, está prevista a demolição de 22 construções ilegais na Estrada Militar da Mina de Água, tendo oito sido deitadas abaixo até quinta-feira passada.Entre outras organizações, o movimento Vida Justa tem contestado a atuação das autarquias, acusando-as de falta de acompanhamento e de soluções, e defende um programa nacional para acudir ao crescimento do problema.O presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão (PS), acusou o movimento Vida Justa de "prejudicar as pessoas" do Talude, "proibindo-as de falarem" com os técnicos da autarquia."O Vida Justa está a manipular estas famílias", apontou, garantindo que a autarquia anda "desde março a falar com todas as pessoas" do Talude Militar, onde o movimento cívico tem apoiado os moradores, nomeadamente angariando donativos.O Movimento Vida Justa reagiu de imediato às declarações do autarca, acusando-o de "mentir" e de tentar "desacreditar" as suas vozes. .Câmara de Loures apresentou queixa ao Ministério Público contra "comercialização de barracas" no Talude.Casa e alimentação levaram 15 mil famílias sobre-endividadas a pedir ajuda no primeiro semestre