O ministro da Educação, Fernando Alexandre
O ministro da Educação, Fernando AlexandreJOSÉ COELHO/LUSA

Ministro diz que colocação de professores será duas vezes mais rápida agora

Fernando Alexandre admite que há regiões do país onde a substituição dos professores perto da reforma será mais difícil.
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O ministro da Educação admitiu esta segunda-feira, 15 de setembro, que há regiões do país onde a substituição dos professores perto da reforma será mais difícil, mas garantiu que o sistema de colocação dos professores será duas vezes mais rápido do que era.

“Em cada escola vai ser um caso. Se nós estivermos a falar de escolas na região Norte, esse problema vai ser relativamente fácil de resolver, porque no Norte há muitos professores disponíveis. Vai ser muito mais difícil nas escolas da Grande Lisboa, da Península de Setúbal e do Algarve”, disse Fernando Alexandre.

Em Santo Tirso, no distrito do Porto, onde inaugurou esta segunda-feira os dois novos Centros Tecnológicos Especializados do Agrupamento de Escolas Tomaz Pelayo, Fernando Alexandre não avançou com datas específicas para a substituição dos 700 professores que vão reformar-se neste arranque de ano letivo - uma situação para a qual o líder do PS alerrou esta segunda-feira -, mas garantiu que o Governo está a trabalhar “em múltiplas dimensões”.

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Líder do PS diz que pode haver mais de 100 mil alunos sem pelo menos um professor

“Estamos a atuar em múltiplas dimensões. A procura dos cursos de educação foi muito superior à oferta e já tinha aumentado 20%, com a negociação que fizemos com as universidades e politécnicos (…). Temos quase 20.000 professores profissionalizados que não estão colocados. Tivemos muitos professores que deixaram a profissão pela forma como foram tratados ao longo de décadas, mas isso está a mudar”, referiu.

Quanto à colocação de professores, o ministro da Educação afirmou que será mais rápida graças à reforma da nova Agência para a Gestão do Sistema Educativo.

“Agora temos um sistema de colocação dos professores que vai ser duas vezes mais rápido do que era. Já partir desta semana, a substituição vai ser mais rápida do ponto de vista administrativo, mas nós não vamos, de um ano para o outro, resolver uma falta estrutural de professores”, disse.

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Novo ano letivo com um “passo atrás” no digital e os problemas habituais

Fernando Alexandre explicou que, a partir desta semana, será feita a colocação dos professores duas vezes por semana em vez de uma vez.

“Nós demorávamos uma semana a fazer cada colocação, vamos passar a fazer o dobro e por isso todos os meses teremos o dobro das colocações, o que permitirá uma substituição mais rápida”, disse.

Ainda sobre a falta de professores nas escolas, Fernando Alexandre lembrou que foi promulgado o diploma que visa dar apoios a docentes deslocados e falou no concurso extraordinário direcionado aos horários que não são preenchidos sistematicamente.

“Mas eu quero voltar a repetir: falta de professores não significa que os alunos estejam sem aulas”, sublinhou.

O governante acrescentou, ainda, que este problema “resultou de uma falta de investimento de décadas” e por isso “não se vai resolver de um ano para o outro”.

“Não há maneira de, de um momento para o outro, resolver um problema que foi ignorado durante anos. Eu lembro-me de, em 2021, o governo do PS ter encomendado um estudo que identificava exatamente isto que acabámos de dizer: 4.000 professores iam, em média, reformar-se por ano e não fez nada. E não fez nada. Nós chegámos há um ano e meio e estamos a fazer desde o primeiro dia e vamos continuar a fazer”, concluiu.

Já o líder do PS, José Luís Carneiro, afirmou esta segunda-feira que no início deste ano letivo poderá haver mais de 100 mil alunos sem professor a pelo menos uma disciplina, numa estimativa feita a partir dos números dos sindicatos.

“A experiência governativa do PS mostra que, quando os sindicatos falam de 93 mil [alunos sem professor], significa, porque têm alguma falta de informação, que esses números estão subestimados. Significa que os números serão superiores, poderão ser superiores a 100 mil”, referiu, durante uma visita à Escola André Soares, em Braga, para assinalar o início do ano letivo.

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