Fernando Alexandre nega ter pressionado o reitor da Faculdade do Porto: “António Sousa Pereira mentiu”
FOTO: TIAGO PETINGA/LUSA

Fernando Alexandre nega ter pressionado o reitor da Faculdade do Porto: “António Sousa Pereira mentiu”

Ministro da Educação garante que tentou “resolver um imbróglio criado pela Universidade do Porto” e informa que procurou garantir as 30 vagas supranumerárias, mas que a IGEC deu parecer negativo.
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Fernando Alexandre, ministro da Ciência e Inovação, atacou duramente António Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, e rejeitou tê-lo pressionado a abrir 30 vagas em Medicina para dar resposta a reclamações dos alunos. “Quero dizer, de forma clara, que o professor António Sousa Pereira mentiu publicamente sobre uma conversa telefónica com um membro do Governo. É altamente ofensiva para a minha pessoa esta mentira. É uma deceção saber que podemos ter pessoas com estas responsabilidades a mentir sem pudor”, assim principiou a comunicação aos jornalistas, após ter sido chamado de urgência por PSD a prestar explicações ao caso, desmentindo as declarações de Sousa Pereira ao Expresso.

Fernando Alexandre detalha que o Ministério da Educação recebeu queixas de alunos que tinham recebido informação oficial de poder entrar no mestrado em Medicina. Fala em “imbróglio que em nada abona a favor da Universidade do Porto”, referindo que esta “comunicou erradamente a colocação de 30 candidatos ao mestrado.”

Precisa que contactou a 6 de agosto a Inspeção-Geral da Educação e Ciência [IGEC]. “Manifestei a disponibilidade para tentar encontrar vagas supranumerárias. O reitor concordou. Assim requeri um parecer sobre a legalidade para o imbróglio ser resolvido. Foi enviado a 6 de agosto e a 13 de agosto concluiu-se que não havia base legal. A IGEC deu um parecer contrário”, vinca, explicando como ficou decidido que as vagas não seriam atribuídas.

Qualquer sugestão de que pressionei o reitor não tem fundamento. Lamento que se coloque em causa o meu bom nome, não estou disposto a admitir isso. Tive, sim, a tentativa de resolver um imbróglio criado exclusivamente pela Universidade do Porto”, garantiu Fernando Alexandre.

O ministro recusa ainda ter tido alguma influência no possível critério de entrada, no caso as médias de acesso. “Baixar a média? Não tive conhecimento sobre o processo, não vi o regulamento. É responsabilidade e de completa autonomia da Universidade do Porto”, garantiu.

Disse ainda que aceitaria a demissão de Sousa Pereira caso esta lhe chegue.

O PS pediu a presença do reitor no Parlamento, Chega e Iniciativa Liberal querem explicações aprofundadas de Fernando Alexandre na Assembleia da República.

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