Plano para o Amadora-Sintra pensado pela tutela em parceria com Direção Executiva e Ordem dos Médicos
Júlio Lobo Pimentel / Global Imagens

Plano para o Amadora-Sintra pensado pela tutela em parceria com Direção Executiva e Ordem dos Médicos

A ministra da Saúde assumiu, em reunião com o bastonário dos médicos, que o serviço de cirurgia geral do hospital precisa de um plano para continuar a funcionar com idoneidade para formação.
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Há uma semana, a Ordem dos Médicos lançou um comunicado em que alertava para o facto de o serviço de cirurgia geral do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) estar a funcionar "no limite da capacidade técnica", depois de ter perdido dez cirurgões em outubro e não conseguir contatar mais médicos. A ministra disse ter ficado surpreendida com este comunciado e pediu uma reuniao com o então conselho de administração da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra (ULSAS), a qual ocorreu na quarta-feira. E, na quinta-feira, este CA colocou os lugares à disposição da ministra e a sua demissão foi aceite.

Mas, na manhã desta segunda-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reuniu com o bastonário dos médicos, assumindo que o serviço de cirurgia geral necessita de um plano para continuar a funcionar e com idoneidade, de forma a não perder os internos que já lá tem e a poder formar novos internos.

No final da reunião, Carlos Cortes confirmou aos jornalistas que "a ministra da Saúde vai desenvolver um plano para dar resposta ao serviço de cirurgia geral do Hospital Fernando da Fonseca". E segundo confirmou ao DN fonte ministerial, este plano vai ser pensado pela "tutela em parceria com a D ireção Executiva e com a Ordem dos Médicos" - já que o novo diretor executivo, Álvaro Almeida, entra oficialmente em funções já nesta terça-feira.

À saída da reunião no ministério, o bastonário voltou a reforçar a situação do serviço de cirurgia geral do Amadora-Sintra. "O hospital deveria ter entre seis e sete médicos na equipa cirúrgica. Em muitos dias só tem um médico na equipa cirúrgica, dois médicos especialistas na equipa cirúrgica. Qualquer pessoa, mesmo que não seja entendida nesta matéria, percebe que há aqui um comprometimento da segurança dos doentes e dos próprios profissionais", salientou.

Recorde-se que, neste momento, o hospital está com uma administração demissionária - já que ainda não foi anunciada a equipa substituta - e que assim, refere Carlos Cortes, "há alguma dificuldade para encontrar interlocutores, mas aquilo que a ministra nos demonstrou foi uma vontade muito rápida, muito célere, de resolver a toda esta situação", sustentou.

Depois de o plano estar definido, "o Colégio da Especialidade de Cirurgia Geral, emitirá uma opinião técnica", vincou.

Questionado sobre se ficou satisfeito com a solução proposta por Ana Paula Martins, o bastonário disse que só ficará "quando souber que um doente, que é atendido nas urgências do Amadora-Sintra, tem todas as condições de segurança e qualidade para ser atendido".

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Espera de doentes urgentes no Hospital Amadora-Sintra ultrapassou as 30 horas este fim de semana

Neste momento, o serviço de urgência geral do Amadora-sintra está também sem direção, já que o anterior diretor, Hugo Martins, apresnetou a sua demissão, por motivos pessoais, a partir do dia 1 de fevereiro.

Na semana passada, médicos internos da especialidade de cirurgia manifestaram a sua "profunda preocupação" com o funcionamento do serviço de cirurgia geral, numa carta em que denunciam o "clima de insegurança profissional" a que estão sujeitos.

Hoje, cerca de uma centena de utentes dos concelhos da Amadora e Sintra concentraram-se à porta da unidade hospitalar, exigindo mais profissionais de saúde.

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