A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, aproveitou o dia em que se comemora o 46.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para elogiar as lideranças que conseguem cumprir, como as da Unidade Local de São José, a propósito do seu trabalho através da Maternidade Alfredo da Costa, e criticar as que não o conseguem fazer. Não se sabe se esta crítica era para as administrações dos três hospitais da Margem da Sul, onde as três urgências de Ginecologia-Obstetrícia, têm vindo a fechar em simultâneo, ficando as utentes sem resposta de proximidade, mas o certo é que a ministra acabou por convocar todas estas administrações para uma reunião de urgência para as 17:00 desta segunda-feira. Segundo apurou o DN, nesta reunião, onde esteve também o Diretor Executivo do SNS, Álvaro Almeida, serviu para discutir a situação, que ela própria considerou na manhã de hoje como “insustentável”, e procurarem-se soluções que consigam acabar com “os encerramentos simultâneos das três urgências”. No final, o Diretor Executivo anunciou que em breve serão anunciadas "decisões para o problema destas urgências". .Médicos tarefeiros faltaram no Garcia de Orta e Península de Setúbal ficou sem urgências de Obstetrícia. Recorde-se que, no final de julho, a ministra tinha assumido a promessa de que a partir de 1 de setembro haveria uma urgência a funcionar 24 horas. Depois, na última semana de agosto, a administração da Unidade Local de Saúde se Almada/Seixal anunciou mesmo que tinham sido contratados mais sete médicos de forma a assegurarem os períodos de urgência para esta se manter aberta 24 horas por semana, mas a partir de 1 de setembro, e como o DN já noticiou, apenas um médico tinha contrato e foi o que assumiu o lugar de diretor de serviço.Ao fim de uma semana, fontes hospitalares confirmavam ao DN que continuava a haver buracos nas escalas e que estes eram preenchidos diariamente com prestadores de serviço. Na altura, chegaram mesmo a dizer que “assim ninguém aguenta o ritmo”.Na passada quinta-feira, a urgência de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta começou a dar sinais de que não conseguia manter este ritmo, tendo de fechar portas ao exterior nas noites de quinta e de sexta-feira, ficando só aberta para emergências levadas pelo CODU. No sábado, a situação piorou: os médicos tarefeiros escalados não compareceram. E, num comunicado, o ministério diz que o encerramento se deve a motivos que lhe são alheios, já que cerca de 20 médicos prestadores de serviço manifestaram indisponibilidade para trabalhar neste dia. Os médicos não gostaram e reagiram, dizendo que a solução para os encerramentos compete à tutela. .Obstetrícia. Urgência do Garcia de Orta continua "sem equipa" e “só está aberta com médicos a fazerem mais turnos de 24 horas”. Hoje, à margem da cerimónia na MAC, Ana Paula Martins explicou que não estava a atribuir responsabilidade aos médicos que mostraram indisponibilidade para assegurar as escalas, no sábado e no domingo, o que levou a mais um encerramento em simultâneo de todas as urgências desta área naquela região. “O Ministério da Saúde não está a atribuir nenhuma responsabilidade aos médicos, eles não têm vínculo com o SNS“, referiu a governante.Ao início da tarde, convocou as três administrações para que se encontrem soluções, mas no seu discurso deixou também um alerta: “Vamos passar um momento difícil no SNS”. Em breve serão anunciadas "decisões" para as urgências da Margem Sul.No final da reunião com os três presidentes dos CA dos hospitais Garcia de Orta, Pedro Azevedo, do Barreiro, Ana Teresa Xavier, e de Setúbal, Luís Pombo, o diretor Executivo do SNS afirmou aos jornalistas que, em breve, a ministra anunciará "decisões para o problema das urgências de obstetrícia na Península de Setúbal". Segundo a Lusa, Álvaro Almeida explicou ainda que esta reunião serviu para fazer “o diagnóstico da situação, analisámos a solução e agora a senhora ministra tem elementos para tomar decisões", acrescentando que se tratou de uma reunião de trabalho, recusando responder aos jornalistas sobre eventuais demissões. Peça atualizada às 20:50