As três urgências de obstetrícia e ginecologia da Península de Setúbal encontram-se encerradas este sábado, 13 de setembro, ao contrário do que estava previsto, obrigando ao desvio de todas as utentes para os hospitais da capital. A causa, segundo um comunicado do Ministério da Saúde, foi a indisponibilidade de "última hora" dos médicos prestadores de serviços, vulgarmente conhecidos como tarefeiros, que deveriam assegurar as escalas no Hospital de Almada.Esta situação representa um agudizar de problemas já sentidos durante a semana. Ao que o DN apurou, na noite de quinta e sexta-feira, entre a meia-noite e as oito e meia da manhã, a urgência do Hospital Garcia de Orta, em Almada, já esteve a funcionar apenas para emergências encaminhadas pelo CODU, também devido à falta de médicos. Este sábado, o cenário agravou-se com o encerramento total das portas, depois de os prestadores de serviços escalados não terem comparecido, não havendo assim uma única urgência do género aberta na Margem Sul.Numa nota enviada à comunicação social, o Ministério da Saúde e a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) classificaram a situação deste sábado como imprevista, garantindo que "estão a envidar todos os esforços para rapidamente suprir as faltas em causa". A tutela sublinha que esta falha ocorre numa altura em que se registavam "melhorias significativas" no funcionamento das urgências, com menos encerramentos do que no ano anterior, e enquanto decorre um processo de contratação de médicos para a ULS Almada/Seixal.O comunicado aproveita para criticar diretamente o regime de prestação de serviços, afirmando que foi recentemente anunciada nova legislação para "acabar com injustiças e com os privilégios de alguns tarefeiros". O Governo acusa estes profissionais de serem "remunerados muito acima dos seus colegas do SNS" e de não assumirem "outros horários que não considerem ser totalmente convenientes".Enquanto a situação não é resolvida, a DE-SNS assegura que está a trabalhar em "estreita coordenação" com as ULS de Lisboa para garantir que todas as grávidas e utentes que necessitem de cuidados urgentes na área da ginecologia e obstetrícia "sejam transferidas e atendidas em segurança".