O ex-ministro da Economia Manuel Pinho e a mulher, Alexandra Pinho, serão ouvidos em dezembro, disse esta quinta-feira aos jornalistas o advogado, Ricardo Sá Fernandes, no DCIAP, em Lisboa, onde hoje deveria ter decorrido uma audiência..De acordo com o advogado foram acrescentados ao processo 622 factos novos, pelo que foi pedido um prazo pela defesa de Manuel Pinho para analisar uma extensa lista de novos documentos.."São factos que têm a ver com novas realidades que ainda não estavam reportadas no processo, umas com ligações à que já estava, outras não", indicou Sá Fernandes, quando questionado pelos jornalistas.."Fomos confrontados logo que chegámos com esta indiciação complementar muito extensa e em função da extensão do documento, um documento com cento e muitas páginas, com mais de 600 factos novos, remissão para dezenas ou centenas de documentos a que se reporta esta nova indiciação, tomámos a decisão de pedir prazo para nos pronunciarmos sobre isto", acrescentou..Segundo o causídico, o Ministério Público "compreendeu imediatamente" o pedido e não colocou qualquer dificuldade à pretensão da defesa.."Foi num ambiente de boa colaboração que se acertou que a diligência que estava prevista para hoje terá lugar no dia 14 de dezembro", referiu Sá Fernandes.."Isto altera um pouco os dados da questão porque é já o segundo ou terceiro aditamento com que somos confrontados e este de facto é bastante extenso", admitiu..Alexandra Pinho, mulher de Manuel Pinho, que entregou um atestado para não estar presente esta quinta-feira no Campus da Justiça, será também ouvida em dezembro.."Virá também. Aliás, ela já comunicou que a partir do dia 19 de novembro terá ultrapassado o pequeno problema de saúde que teve e portanto será ouvida também em dezembro", avançou o advogado..Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo..No mês passado, uma nova investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas (Pandora Papers) incluiu o nome de Manuel Pinho na lista de políticos envolvidos em ocultação de fortunas em paraísos fiscais.