Mais de 150 detidos em controlos fronteiriços de operação da Interpol
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Mais de 150 detidos em controlos fronteiriços de operação da Interpol

Portugal foi um dos 20 países que participou na Operação Neptuno VII, que permitiu identificar 328 pessoas como alvo de notificações e alertas da Interpol, 57 delas suspeitas de ligações terroristas
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Igor Grechushkin, proprietário do navio cargueiro que transportava nitrato de amónio responsável pela explosão em Beirute, em 2020, que matou pelo menos 218 pessoas e feriu mais de seis mil é um dos mais de 150 detidos na Operação Neptuno VII realizada pela Interpol em postos fronteiriços entre julho e setembro.

Um total de 20 países, etnre os quais Portugal, participou nesta operação que tinha o objetivo de reforçar a segurança nas fronteiras em torno das rotas marítimas do Mar Mediterrâneo, bem como nos aeroportos e fronteiras terrestres da região. A operação durou cerca de duas semanas em cada país e conseguiu um aumento significativo tanto no número de verificações nas bases de dados da Interpol – 30 milhões, em comparação com 16 milhões em 2024 – como no número de detenções – um total de 153, face a 66.

Em Portugal a operação teve lugar no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, nos dias 2 e 3 de setembro.

A detenção de Igor Grechushkin aconteceu no aeroporto de Sófia, na Bulgária, com base num Alerta Vermelho emitido pelo Líbano, onde enfrenta múltiplas acusações, incluindo atos de terrorismo. O processo de extradição está em curso.

Outras 23 detenções foram ligadas a Alertas Vermelhos ou Difusões Vermelhas da Interpol por crimes como drogas e envolvimento em organizações criminosas. Entre elas, a detenção no porto espanhol de Algeciras de dois indivíduos procurados, respetivamente, por terrorismo e crimes relacionados com droga.

Um alerta Vermelho, explica a Interpol, pode servir de base para uma detenção provisória. Já um alerta azul serve essencialmente para recolher informações adicionais sobre a identidade, localização ou atividades de uma pessoa, relativamente a uma investigação criminal.

Segundo a Interpol, um total de 10 Avisos Azuis para suspeitos ligados ao terrorismo foram publicados durante a operação, e verificações nas bases de dados em vários países levaram a "acertos" que forneceram informações adicionais sobre quase 60 suspeitos de Combatentes Terroristas Estrangeiros e os seus movimentos. A operação revelou ainda informações sobre vários indivíduos com ligações ao terrorismo que anteriormente não estavam registados nas bases de dados da Interpol.

No total, durante a operação Neptuno VII, foram identificadas 328 pessoas como alvo de notificações e alertas da Interpol, 57 das quais tinham suspeitas de ligações ao terrorismo.

A operação resultou também em apreensões significativas envolvendo atividades terroristas e outros crimes graves, nomedamente um grande número de documentos em branco roubados, que se acredita terem caído nas mãos de grupos terroristas que operam no Médio Oriente, 220 quilos de canábis e 20 quilos de barras de prata, 130 mil dólares em dinheiro e vários veículos de luxo roubados.

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