Quase há um ano que Portugal não registava tantas mortes por covid
Portugal voltou a passar a barreira dos 50 mil casos diários esta terça-feira (1 de fevereiro), dia em que registou o maior número de óbitos (63) devido à infeção por SARS-CoV-2, desde o dia 23 de fevereiro do ano passado, quando também se registaram 63 vítimas mortais.
A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que reportou maior número de vítimas mortais (19), seguida do Norte (17) e o Centro (16). O Algarve registou quatro óbitos, tal como a Madeira, e mais um que os Açores (três). O Alentejo é a única região do país sem óbitos atribuídos à doença.
Nas últimas 24 horas foram registados mais 50 888 novos casos de covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Um deles, o primeiro-ministro António Costa. A região Norte concentra 39% das novas infeções reportadas nas últimas 24 horas (19 872), seguida da Lisboa e Vale do Tejo com 14 243 infeções. Na zona Centro foram reportados 10 625 novos casos. Alentejo (1887), Algarve (1738 no Algarve), Açores (1542) e Madeira (981) registaram menos de dois mil casos diários.
Os internamentos baixaram esta terça-feira, depois de dois dias a subir. Estão hoje internados com covid-19 nos hospitais portugueses 2437 doentes (menos 32 do que na segunda-feira). Desses, 155 estão nos cuidados intensivos (menos cinco do que ontem).
Há agora quase 600 mil casos ativos de covid-19. Com os 6215 que se juntaram à lista nas últimas, Portugal tem agora 592 365 casos ativos de infeção. Nas últimas 24 horas, mais 44 610 pessoas recuperaram da doença.
Dados atualizados da pandemia numa altura em que Portugal administrou cinco milhões de doses de reforço da vacina contra a covid-19, segundo os números revelados hoje pela DGS, segundo os quais quase 2,1 milhões foram dadas a maiores de 65 anos .
"Até ao momento, foram vacinadas com dose de reforço 93% das pessoas com mais de 80 anos. Entre os 70 e os 79 anos, já estão vacinadas 95% das pessoas e, dos 60 aos 69 anos, 88%", segundo o último boletim de vacinação.
Desde o início da campanha de vacinação, foram administradas mais de 21 milhões de vacinas contra a COVID-19 em Portugal, indica ainda a DGS.
De referir que está disponível, desde esta segunda-feira, o autoagendamento da toma da primeira dose da vacina para crianças dos cinco aos 11 anos. Esta marcação online é válida para o fim de semana de 5 e 6 de fevereiro, dias em que a vacinação é exclusiva para esta faixa etária.
Para fazer o autoagendamento basta aceder aqui.
Esta terça-feira também é marcada pela divulgação de um estudo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), cujos resultados confirmaram que a resposta imune é mais forte em pessoas que recuperaram de covid-19, após uma dose de vacina, do que após toma de duas doses por quem nunca foi infetado.
O CHUC tem vindo a conduzir um estudo sobre a resposta imune celular (mediada por linfócitos T) e mediada por anticorpos à vacina contra a covid-19, ao longo do tempo.
Em análise estiveram 100 dos seus funcionários, sendo que 50 nunca foram infetados por SARS-CoV-2 e os restantes 50 são pessoas que recuperaram da doença.
De acordo com Artur Paiva, investigador do Serviço de Patologia Clínica do CHUC, "confirmou-se que a resposta imune é muito mais forte em indivíduos recuperados da infeção após uma dose de vacina, do que em indivíduos naive (que nunca foram infetados por SARS-CoV-2) após a toma de duas doses".
O investigador sublinhou que, após a administração de uma dose da vacina aos indivíduos recuperados da infeção, "verificou-se um aumento notável dos níveis de anticorpos IgG e IgA, e de linfócitos T específicos para SARS-CoV-2".