Novo máximo de mortes e mais 15073 casos nas últimas 24 horas

Lisboa e Vale do Tejo, com mais de metade dos novos casos, é agora a região do país com mais óbitos pelo novo coronavírus, num dia em que morreram 293 pessoas em Portugal. No Algarve registaram-se mais casos do que no Alentejo.
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Mais um dia, mais um recorde negativo: nas últimas 24 horas, registaram-se em Portugal mais 293 mortes por covid-19, além de mais 15073 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

No que respeita ao número de mortes, o aumento verificado em Lisboa e Vale do Tejo nos últimos dias levou a que esta região tenha ultrapassado o Norte: tem agora 4267 e o Norte 4258.

O número de casos ativos subiu em 5512, para um total de 172 893, tendo em conta o aumento de novos casos. Ainda no que respeita às infeções, Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região em que se regista mais de 50% no total diário, com 7605 dos 15073 casos.

Nota também para o Algarve, região em crescendo de novos casos, agora com 500, tendo ultrapassado o Alentejo (484), embora continue a ser a região do continente com menos infetados.

Há agora mais 163 doentes internados, num total de 6603, entre os quais mais 18 em unidades de cuidados intensivos. São agora 783 os pacientes em UCI.

Apesar de um novo máximo de óbitos em 24 horas, ao contrário da véspera não se registaram mortes em todas as regiões do país. Desta vez a Madeira foi poupada.

Estes dados surgem depois de esta terça-feira o país ter voltado a bater o recorde diário de mortes, com 291 óbitos, ultrapassando o total de 11 mil vítimas mortais.

Esta terça-feira à noite, 53 doentes internados no Hospital Amadora-Sintra foram transferidos para unidades hospitalares de Lisboa, incluindo o Hospital da Luz, após problemas relacionados na rede de oxigénio medicinal.

Esta quarta-feira, o Hospital Amadora-Sintra divulgou que a rede de oxigénio está a "funcionar de forma estabilizada".

Já a Administração Regional de Saúde de Lisboa admite que o problema na rede de oxigénio do Hospital Amadora-Sintra ainda não está resolvido e que a unidade só deverá poder receber doentes no final da semana.

Em declarações à rádio TSF, o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luis Pisco, explicou que os problemas na rede de oxigénio medicinal, que na terça-feira obrigaram a transferir os 53 doentes para outras unidades, estão relacionados com "um excesso de consumo face àquilo que era a capacidade do sistema".

"É um pouco como a água, que se tiver muitas pessoas a usar ao mesmo tempo perde pressão", explicou o responsável, acrescentando que o hospital teve de retirar alguns doentes "para que os utilizadores voltassem a ser cerca de 270", normalizando o débito de oxigénio.

Questionado pela TSF sobre quando estará a situação resolvida, o presidente da ARSLVT respondeu: "Até final da semana estarão a ser feitas algumas alterações para permitir um alívio na situação e que possa voltar a ter mais doentes".

Até ao fim desta semana, o governo quer ter cem mil profissionais de saúde vacinados. Do SNS. Para os 6500 médicos do privado, mesmo que estejam a garantir consultas, tratamentos e cirurgias que o Estado há muito congelou e muitos até envolvidos no combate à covid, não há calendário. A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou na semana passada que as inoculações estavam a ser calendarizadas. Mas não há vacinação no privado. Ninguém foi inoculado nos últimos dias, asseguram ao DN fontes de diferentes grupos.

Em resposta a esta "discriminação e incompreensível desigualdade", a Associação dos Profissionais da Hospitalização Privada (APHP) avançou com uma queixa junto da Entidade Reguladora da Saúde.

Até ao momento, de um total de 255 700 pessoas inoculadas (em lares e profissionais de saúde), foram vacinados apenas 560 trabalhadores de unidades de saúde privadas.

Os últimos dias têm confirmado atrasos na entrega das vacinas. A situação pode estar a formar verdadeiros barris de pólvora, que arriscam destruir o tecido social e a retoma das economias, inclusivamente as mais desenvolvidas, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI), que vê riscos negativos muito ameaçadores. Mais desemprego, desigualdades, falências e revolta social. Economias baseadas em turismo enfrentam tempos "particularmente difíceis", referiu. É muito o caso de Portugal.

As notícias sobre a situação epidemiológica em Portugal têm multiplicado os apelos de grupos da sociedade civil para que sejam reforçadas medidas no combate à pandemia. Desta vez é o Grupo dos 50, que em 2017 lançou uma petição para uma nova Lei de Bases da Saúde e que ultimamente tem reclamado a criação do Estatuto do Serviço Nacional de Saúde. Este grupo pede ao Governo transparência nas tomadas de decisões e que mobilize todos os setores no combate à covid-19, defendendo: "Isolar, isolar, testar, testar e vacinar, vacinar".

E o porquê de uma tomada de posição agora está igualmente explicada no documento. "O único motivo é a saúde da população e as insuficiências que se estão a verificar nas respostas que estão a ser dadas", exigindo que "toda a capacidade instalada seja colocada ao serviço de quem está doente", justificando tal exigência com o facto de que "em situações excecionais têm de ser tomadas medidas excecionais"

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