Número de internamentos baixa mais de 1000 nos últimos três dias

O boletim diário da DGS indica que nos hospitais portugueses estão internados 3819 doentes com covid-19, dos quais 688 em unidades de cuidados intensivos. 105 pessoas morreram nas últimas 24h.
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Os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicam que, nas últimas 24 horas, Portugal registou mais 105 mortes e 1944 novos casos de covid-19. No total, desde o início da pandemia, o país soma 792 829 diagnósticos confirmados da doença e 15 754 óbitos.

O boletim epidemiológico desta quinta-feira (18 de fevereiro) mostra que o número de hospitalizações continua a diminuir. A autoridade de saúde refere que há 3819 doentes internados nos hospitais portugueses, menos 318 do que na quarta-feira. Já nas unidades de cuidados intensivos estão 688 infetados com o novo coronavírus (menos 31). Os internamentos não estavam abaixo dos 4000 desde 11 de janeiro. E em UCI não estavam abaixo dos 700 desde 20 de janeiro.

Nos últimos três dias, o número de internamentos por covid-19 baixou em mais de 1000 (menos 1013). Eram 4832 na segunda-feira e são agora 3819.

A DGS volta a reportar mais casos de pessoas recuperadas do que novos infetados. Nas últimas 24 horas, 4401 pessoas recuperaram da doença - num total de 687 462.

Há agora 89 613 casos ativos de covid-19 (menos 2562 face ao dia anterior).

Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a zona mais pandémica do país, com 50 por cento dos novos infetados. O Norte tem 25 por cento, o Centro 15 por cento, o Alentejo e o Algarve com 3% casa.

Nos Açores e na Madeira voltou a não morrer ninguém nas últimas 24 horas. Os Açores registaram 16 novos infetados e a Madeira 68.

A divisão etária dos novos mortos das últimas 24h é a seguinte: dos 40 aos 49, uma morte; 7 mortes dos 50 aos 59; 15 dos 60 aos 69; 28 mortes na faixa etária 70-79 anos; e 54 na dos 80 ou mais anos.

E nesta luta contra o novo coronavírus, o progresso da ciência não se faz apenas com o desenvolvimento de vacinas. Um medicamento de administração nasal criado no hospital Ichilov, em Telavive, conseguiu reverter os sintomas de doentes graves.

Não se trata de "uma cura para a covid-19" nem de um substituto das "imprescindíveis vacinas", mas pode ser um passo essencial para "virar o jogo" nesta luta contra o vírus e baixar drasticamente a mortalidade nos casos mais graves da doença.

Até agora, na primeira fase de ensaios clínicos, 35 doentes (entre os 37 e os 77 anos) com sintomas moderados a graves de covid-19 foram tratados com o EXO-CD24, o medicamento criado pela equipa liderada por Nadir Arber. E "quase todos recuperaram entre três e cinco dias após o início do tratamento - exceto um, que recuperou mais tarde", refere o investigador israelita, numa conversa promovida por videoconferência com alguns órgãos de comunicação social de todo o mundo, entre os quais o DN.

O EXO-CD24 combina dois elementos com que a equipa já estava habituada a trabalhar há vários anos, no âmbito da investigação em cancro: a proteína CD24, que "permite regular a resposta do sistema imunitário"; e os exossomas, "nanovesículas excretadas pelas células e que vão estabelecer comunicação intercelular", diz Arber.

Uma potencial ajuda para os profissionais de saúde no tratamento de doentes com covid-19. São, aliás, estes profissionais que estão na linha da frente no combate à pandemia, e que, por isso mesmo, podem vir a sofrer de stress pós-traumático, idêntico ao que sofrem os militares que combatem na guerra, alerta o diretor do serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar de Leiria, Cláudio Laureano.

"Há ainda falta de dados fiáveis, mas se compararmos com a infeção do SARS-CoV-1 (que não teve o impacto do SARS-CoV-2), os estudos realizados na altura mostraram que, nos três ou quatro anos a seguir, os infetados apresentaram prevalências de síndrome pós-traumático, perturbações de ansiedade, de pânico e depressivas, muito acima da média da população geral", revelou à Lusa Cláudio Laureano.

O psiquiatra admitiu ainda que o "sentimento de impotência e de exaustão" leva ao "desenvolvimento de níveis de ansiedade e mesmo posteriormente a quadros depressivos reativos e 'burnout', não só em profissionais de saúde, como em quem trabalha em instituições e tenha lidado com muitas mortes que não eram expectáveis".

A nível mundial, a pandemia de covid-19 já matou mais de 2,43 milhões de pessoas, desde que foram detetados os primeiros casos, em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, segundo o balanço da AFP desta quinta-feira, feito com base em fontes oficiais.

Mais de 109 857 920 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados desde o início da epidemia, dos quais pelo menos 67 422 400 pacientes já foram considerados curados, refere ainda a agência francesa.

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