Uma grávida de 38 semanas faleceu esta noite no Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) depois de ter estado durante o dia de quarta-feira, dia 29, numa consulta no serviço de Ginecologia-Obstetrícia, de onde foi enviada para urgência por se ter sentido indisposta e realizar exames de diagnóstico. Foi-lhe diagnosticada hipertensão, foi medicada e enviada para casa com indicação de internamento às 39 semanas, segundo o hospital. Mas voltou na madrugada desta sexta-feira, com paragem cardiorespiratória, acabando por falecer. O bebé nasceu de cesariana e encontra-se em estado crítico. A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já abriu um inquérito e vai trabalhar em conjunto com a Entidade Reguladora da Saúde (ERS). O DN sabe também que a Ordem dos Médicos já solicitou informação ao hospital sobre as circunstâncias em que aconteceu esta morte e o estado do bebé. Ao final da manhã, o diretor da urgência de Ginecologia-Obstetrícia, Diogo Bruno, revela um novo dado ao dizer aos jornalistas que a grávida chegou há pouco tempo a Portugal e que não era acompanhada na unidade. O DN apurou que a grávida terá chegado ao nosso país no dia 3 de setembro, tendo conseguido uma primeira consulta para 15 dias depois no Hospital Amadora-Sintra. A primeira consulta foi realizada a 17 de setembro, tendo a doente chegado sem história clínica, mas com a ideia de realizar ali o parto. Foi consultada fez exames de rotina e saiu nessa altura já com a marcação da consulta para dia 29 outubro, quando completava as 38 semanas. E conforme referiu o diretor da urgência, a grávida ficou com um plano de acompanhamento traçado. Durante a segunda consulta, e o facto de ter alguns sintomas foi encaminhada para a urgência para realizar exames. Foi diagnosticada com hipertensão ligeira, medicada e teve alta, levando no entanto já a marcação de nova consulta para a próxima quinta-feira, quando completaria as 39 semanas. No entanto, referiu Diogo Bruno, foi-lhe dado "todo o ensino sobre os sinais vitais" que a deveriam fazer "procurar ajuda médica e voltar ao hospital". O médico referiu ainda não se saber se esta mulher teria antecedentes de outras doenças, inclusive de hipertensão. Segundo apurou o DN, a grávida, de 37 anos, sentiu-se mal no dia em que foi à consulta ao serviço de Ginecologia-Obstetrícia, segundo o hospital 29 de outubro, e foi encaminhada para a urgência para realizar exames. Foi-lhe diagnosticada hipertensão, mas foi medicada e enviada para casa com consulta marcada. Horas mais tarde, já pelas 2:00 da manhã, não se sentindo bem, regressou à urgência do hospital e entrou em paragem cardiorespiratória, tendo-lhe sido feitas manobras de reanimação mas sem efeito. O parto foi feito e o bebé foi salvo, mas está com prognóstico reservado,mantendo-se internado na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. O diretor da urgência referiu ainda que assim que "quando a doente entrou na urgência hospitalar já havia um plano para o seu acompanhamento traçado, uma vez que havia a indicação do INEM que vinha em paragem cardiorespiratória. E assim que foi possível fez-se "a extração do bebé", não se sabendo ainda se irá ficar com sequelas. "È cedo para sabermos", afirmou o médico. O gabinete de comunicação do Hospital Amadora-Sintra confirmou ao DN ter ocorrido a morte de uma grávida, vindo agora, ao final da manhã, explicar que a utente, natural da Guiné-Bissau, deu entrada na urgência de ginecologia-obstetrícia pela 1:50 de sexta-feira, transportada por uma equipa do INEM, em situação de paragem cardiorrespiratória. "Após a entrada no serviço foi realizada de imediato uma cesariana de emergência, tendo o bebé nascido às 01h56, encontra-se neste momento sob vigilância médica, com prognóstico muito reservado"..Carneiro responsabiliza PM por “falhanço clamoroso” na saúde e pede responsabilidades sobre morte de grávida. O Hospital confirma ainda que a utente, "no dia 29 de outubro de 2025, a utente dirigiu-se assintomática a este ULS para uma consulta rotina, durante a qual foi identificada com hipertensão ligeira". E, de acordo com o protocolo clínico, "a utente foi então referenciada internamente para a Urgência de Obstetrícia, onde, após a realização de vários exames complementares de diagnóstico, teve alta com indicação para internamento às 39 semanas de gestação".Em comunicado, a "Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra lamenta profundamente o falecimento da utente e endereça sentidas condolências à família. Informa-se ainda que foi aberto um inquérito interno para apurar todas as circunstâncias associadas ao ocorrido".O INEM também já emitiu um comunicado para explicar o sucedido, referindo que o pedido de socorro foi recebido pelas 00:28 desta sexta-feira no Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, a solicitar ajuda para uma grávida de 36 anos, com uma gestação de 38 semanas, que apresentava falta de ar. O INEM refere que, depois de realizada a triagem clínica e prestado o aconselhamento necessário, o CODU acionou uma Ambulância de Socorro, às 00h36. E que depois de assistir a utente, "a equipa da Ambulância informou o CODU, às 00h54, que a vítima se encontrava em paragem cardiorrespiratória (PCR). Foi então acionada a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do HFF". Às 01h14, no local, a equipa médica da VMER implementou as medidas de Suporte Avançado de Vida (SAV) adequadas. A utente foi depois encaminhada para o HFF, com acompanhamento médico da equipa da VMER, onde deu entrada pelas 01h48.Ao início da tarde, a IGAS informou também que, "na sequência dos factos referidos em notícias divulgadas por órgãos de comunicação social, no dia 31 de outubro de 2025, foi determinado pelo subinspetor-geral da IGAS a instauração de um processo de inquérito". Sendo que este "processo de inquérito 031/2025-INQ tem como objetivo avaliar os factos relacionados com a assistência prestada a uma grávida no serviço de urgência da Unidade Local de Saúde de Amadora/Sintra, E.P.E. e que acabou por falecer, dia 30 de outubro de 2025, horas depois de ter sido encaminhada para casa".Na nota publicada no site da IGAS é ainda referido que a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), "no quadro das suas competências, também se encontra a averiguar a situação, através de um processo de avaliação, estes dois organismos decidiram cooperar de modo a obter todos os esclarecimentos necessários de forma complementar". É mais um caso com uma grávida em fim de tempo, que acontece no dia em que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, vai ao Parlamento defender o Orçamento para o setor..Grávidas de Lisboa e Vale do Tejo passam a ter de ligar para o SNS24 antes de ir às urgências. Em atualização