José Abraão, secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), disse esta quinta-feira, 20 de novembro, que a greve geral marcada para 11 de dezembro é “oportuna” e surge no “momento certo”.Após o pré-aviso de greve geral ter sido aprovado por “unanimidade e aclamação” pelo secretariado nacional da Fesap, afeta à UGT, o secretário-geral respondia assim à ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, que considerou a paralisação “inoportuna” enquanto ainda decorrem negociações na Concertação Social.“Inoportuna é a proposta de reforma laboral do Governo”, disse José Abraão em conferência de imprensa, em Lisboa, apelando para que sejam criadas condições "para que o governo recue", numa proposta que "é extemporânea, injustificada", e "para que ainda se possa caminhar no sentido de repor a negociação para um acordo tripartido, em sede de Concertação Social”.Referindo que a avaliação da greve serviu para o primeiro-ministro dizer que os sindicatos estão "ao serviço uns do PS, outros do PC", o secretário-geral da Fesap pediu ao chefe do Governo que "respeite a autonomia do movimento sindical", onde as decisões são tomadas "sem estar aos serviço de ninguém"."Apelo ao senhor primeiro-ministro que não nos cole a forças partidárias nem a candidatos presidenciais", disse.“Esta reforma surge fora de tempo, num contexto de crescimento económico, estabilidade financeira e pujança do mercado de trabalho”, lê-se na resolução aprovada pelo secretariado da Fesap.Do banco de horas individual à contratação a termo, dos despedimentos ao ‘outsourcing’, da parentalidade à formação profissional são as principais alterações que levam a Fesap a considerar a proposta de reforma laboral do Governo como “extemporânea, despropositada e injustificada”.O sindicalista considerou também inaceitável a não reposição dos três dias de férias tirados pelo governo PSD/CDS de Passos Coelho, assim como os cinco dias das férias "frias" desde que gozadas fora do período de verão."Não podemos deixar que se mercantilize o direito ao trabalho no nosso país, despedindo quase sem regras", sublinhou.Minutos antes de entregar o pré-aviso de greve no Ministério do Trabalho, José Abraão disse ainda esperar que o protesto do dia 11 seja uma "grande greve", com uma "grande adesão" por parte dos trabalhadores, e que venha a ser um dos maiores “dos últimos anos”."Vamos estar na greve do dia 11" convocada pela UGT "muito empenhadamente, muito determinadamente, e esperando que seja uma das grandes greves que se fizeram nos últimos anos", reafirmou.A Fesap reúne 45 organizações sindicais de todas as áreas da Administração do Estado.A greve geral em 11 de dezembro contra o anteprojeto do Governo de reforma da legislação laboral será a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais, CGTP e UGT, desde junho de 2013, altura em que Portugal estava sob intervenção da 'troika'..Greve geral. Fenprof junta-se ao protesto contra a ameaça de um “gravíssimo retrocesso civilizacional”.CGTP entrega pré-aviso e não se compromete com extensão da greve geral para dois dias