Governo suspende atividade não urgente nos hospitais de Lisboa

O objetivo é que os hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo elevem os planos de contingência para o nível máximo.
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A ministra da Saúde, Marta Temido, enviou uma circular para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para suspender de imediato toda a atividade não urgente dos hospitais. Esta decisão surge após a recomendação da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a covid-19, na sequência de uma reunião realizada na terça-feira para analisar a situação epidemiológica e a ocupação de camas nesta região.

O Governo pretende assim elevar os planos de contingência para o nível máximo, uma vez que a capacidade das unidades de saúde está a atingir a linha vermelha por causa do aumento dos casos de covid-19.

Ao que o DN apurou, o Centro Hospitalar Lisboa Norte está a avaliar o reforço da sua capacidade, uma vez que tem 140 doentes internados, sendo que a capacidade máxima é de 160 camas.

De acordo com dados oficiais, o Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC)tinha na tarde desta quarta-feira 204 internamentos, estando assim perto da capacidade máxima, que é de 219 camas. Aliás, esta semana o CHLC já teve a necessidade, através da gestão da ARS Lisboa, de enviar cinco doentes para o Algarve e outros tantos para a Cova da Beira por não ter capacidade de internamento. Um cenário que, ao que o DN apurou, poderá repetir-se nos próximos dias, tendo em conta a pressão cada vez mais acentuada nos serviços de saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo.

Refira-se que de acordo com o Boletim da Direção Geral da Saúde, a região de Lisboa e Vale do Tejo atingiu os 3333 novos casos de infeção nas últimas 24 horas, tendo ainda sido registados 27 mortos.

Entretanto, a ministra da Saúde admitiu esta tarde no parlamento, durante o debate sobre o novo estado de emergência, que a situação epidemiológica atual mostra necessidade de "medidas excecionais"

"Num contexto de uma emergência, aquilo que fizemos foi o recurso ao estado de emergência como forma de enquadrar restrições à liberdade de direitos e garantias. Hoje temos uma situação epidemiológica que nos mostra que precisamos de medidas excecionais", referiu Marta Temido.

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