O Governo português expressou esta sexta-feira, 19 de dezembro, “grande tristeza e consternação” por o suspeito de matar o físico Nuno Loureiro e outras duas pessoas na Universidade Brown, nos Estados Unidos, ser um cidadão português. Paulo Rangel, ministro da dos Negócios Estrangeiros, disse ainda que as autoridades portuguesas estão a colaborar com as norte-americanas na investigação. “É com grande consternação que sabemos que o principal suspeito, e que foi encontrado morto, é um cidadão português. Isso também é algo que obviamente nos causa uma grande tristeza e consternação”, disse, em declarações à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.O chefe da diplomacia portuguesa disse “lamentar muito” as mortes causadas nos dois ataques e também que “haja um cidadão português envolvido na prática de crimes desta natureza, que são crimes altamente reprováveis, censuráveis, verdadeiramente terríveis para as vítimas e para as suas famílias”.Rangel indicou ainda que as autoridades norte-americanas têm estado em contacto com Portugal, que tem prestado uma “cooperação muito grande”, mas ressalvou que “as investigações estão longe de estar terminadas”.A Polícia Judiciária também referiu a existência dessa cooperação. Em comunicado, avança que que foi contactada na quinta-feira, 18, e "se encontra a prestar colaboração e apoio às autoridades daquele país, desde o momento inicial em que o suspeito se tornou, para aquelas, alvo de interesse".""A Polícia Judiciária permanece em contacto e a prestar toda o suporte necessária às investigações em curso", acrescenta.Este caso levou a administração de Donald Trump a suspender o programa de vistos (‘green card’), que permitiu a entrada nos Estados Unidos do suspeito - uma decisão que Paulo Rangel disse respeitar..Trump suspende programa de vistos usado por português suspeito da morte de Nuno Loureiro. “As reações da administração norte-americana são [tomadas] no exercício da sua soberania e são aquelas que entende adequadas para lidar com situações que preocupam muito legitimamente”, referiu.O português Cláudio Neves Valente, ex-aluno da Brown, foi encontrado morto na noite de quinta-feira com um ferimento de bala autoinfligido, anunciou o chefe de polícia de Providence, no estado norte-americano de Rhode Island, Oscar Perez, em conferência de imprensa.Segundo a investigação, o suspeito terá agido sozinho.Os investigadores acreditam que o homem é responsável pelo ataque na Universidade Brown, no sábado, e pelo assassínio do professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o português Nuno Loureiro, morto a tiro em casa, em Brookline, na segunda-feira, de acordo com a procuradora federal de Massachusetts, Leah B. Foley..O que se sabe sobre o português suspeito de matar professor do MIT e mais duas pessoas na Universidade de Brown. Duas pessoas morreram e nove ficaram feridas no ataque a tiro na Universidade Brown.Valente e Loureiro frequentaram o mesmo programa académico numa universidade em Portugal, entre 1995 e 2000, acrescentou Foley.Loureiro, que cresceu em Viseu, formou-se e fez investigação no Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa.O português obteve o estatuto de residente permanente legal nos EUA em 2017.O programa de vistos, conhecido como 'green cards' ou 'cartões verdes', disponibiliza anualmente até 50 mil vistos, através de sorteio, a pessoas de países pouco representados nos Estados Unidos, muitos deles em África.Há muito que Trump se opõe a este programa e ao sorteio, que foi criado pelo parlamento norte-americano.Quase 20 milhões de pessoas inscreveram-se no sorteio de 2025, tendo sido selecionadas mais de 131 mil, incluindo cônjuges.Após serem sorteados, devem passar por uma verificação para poderem entrar nos Estados Unidos, que inclui uma entrevista em consulados e os mesmo requisitos que os restantes candidatos a vistos.Os cidadãos portugueses ganharam apenas 38 vagas no ano passado..Polícia: Português matou físico Nuno Loureiro mais duas pessoas na Universidade Brown