Encontrada doca do séc. XVII durante construção do novo hospital da CUF
Uma antiga doca militar do século XVII foi encontrada em Alcântara, no local onde está a ser construído o novo hospital CUF Tejo.
Segundo o grupo responsável pelas escavações arqueológicas, Era Arqueologia, "a estrutura militar estava associada ao Forte do Sacramento ou da Alfarrobeira" e fazia parte do "sistema defensivo do estuário do Tejo e da cidade de Lisboa", informou a empresa no Facebook.
A doca, "de estrutura tipo molhe", já aparecia em mapas novecentistas da zona, tal como mostram as imagens publicadas pela Era Arqueologia na redes sociais.
Os arqueólogos encontraram também destroços de uma embarcação do século XVIII na antiga praia de Santos e estacas de madeira em Alcântara "que constituíam várias estruturas portuárias descobertas na área".
"Os antigos elementos de madeira" foram preservados graças à "presença de água no sub-solo", explica a Era Arqueologia.
O grupo José de Mello Saúde admitiu que o ritmo da obra teve de ser reajustado, tendo em conta a preservação destes elementos, e afirmou que o achado está a ser "cuidadosamente avaliado, catalogado e recolhido por uma equipa de arqueólogos".
A previsão neste momento é de que a nova CUF esteja em funcionamento em 2019, quando relatos anteriores diziam que o hospital estaria aberto ao público no segundo semestre de 2018.
O DN sabe que a estrutura descoberta poderá ser integrada no projeto do novo hospital. Esta hipótese está a ser estudada por uma equipa técnica em coordenação com a Direção Geral do Património Cultural.
O novo hospital será localizado entre a Avenida 24 de Julho, a Avenida da Índia e a Rua de Cascais e terá mais de 75 mil metros quadrados, 31 mil dos quais dedicados a atividades clínicas. Vai custar mais de cem milhões de euros e terá seis pisos à superfície e três pisos subterrâneos para estacionamento.