Das malas de ontem à mala do futuro
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Das malas de ontem à mala do futuro

A evolução das malas enquano acessório de moda é bem notória na exposição Carry Me – 100 Anos de Malas, patente no Colombo. Para melhor compreender cada um dos modelos ali expostos, entre eles uma criação exclusiva de Valentim Quaresma, há agora duas visitas guiadas.
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A Kelly, de Hermès, popularizada por Grace Kelly, a Chanel 2.55, um símbolo de elegância intemporal, alguns modelos da chamada época do Mau Gosto e ainda uma criação exclusiva de Valentim Quaresma. Há muito para ver na exposição Carry Me – 100 Anos de Malas, que está no átrio central do Colombo, em Lisboa. Para quem não quer perder pitada sobre cada peça, vai haver duas visitas guiadas, que darão conta do contexto histórico, dos detalhes técnicos e artísticos e de todas as curiosidades envolventes de cada peça.

Fabrícia Valente, que trabalha em Mediação Cultural no MAAT, no Museu de Arte Contemporânea, no CCB, e na State of the Art (SOTA), fará estas visitas guiadas marcadas para este domingo e para dia 25, o último em que a exposição poderá ser vista.

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A peça mais recente tem menos de duas semanas e é da autoria de Valentim Quaresma. Trata-se da Mala do Futuro, criada pelo designer em exclusivo para este evento, através da qual reflete a sua visão sobre a sociedade contemporânea e os desafios de um mundo em constante transformação.

Concebida com ferro, latão e cobre e reciclando materiais de bicicletas e relógios antigos, o criador quis, segundo diz um documento de apresentação da exposição, “representar a turbulência e a fragmentação da nossa realidade, sempre em construção ou destruição”. Cada detalhe foi pensado para “provocar uma reflexão sobre como nos adaptamos e sobrevivemos no caos” e o modelo comprova que as malas não são apenas um objeto funcional, mas também uma expressão artística e cultural. “É uma declaração sobre o estado atual do mundo e um convite para refletirmos sobre nosso papel na construção de um futuro mais harmonioso e sustentável”, explica o designer.

A mala do futuro de Valentim Quaresma. FotoDR

Mas até chegar ao futuro há que recuar 100 anos e apreciar as relíquias desta exposição que nos leva numa viagem no tempo através de exemplares de marcas de luxo como Chanel, Dior, Gucci, Hermès, Jacquemus, Prada e Whiting & Davis e que dão a conhecer a evolução do seu design, bem como as personalidades que as popularizaram.

Dos exemplares mais emblemáticos que marcaram cada década fazem parte, por exemplo, as malas Kelly e Chanel 2.55, já aqui referidas, a Fendi Baguette, um marco das “It-bags” dos anos 90, e o Chiquito de Jacquemus, uma recente tendência que reimagina a funcionalidade das malas contemporâneas.

A exposição está dividida em quatro núcleos: o primeiro é dedicado ao período compreendido entre 1920 e 1940, sob o mote Nova Mulher, Novas Ideias, enquanto o seguinte, chamado Novo Visual, revela o estilo que marcou as décadas de 1950 e 1960. No terceiro núcleo estão exemplares da década de 1970, considerada a Do Mau Gosto, e da de 1980, vista como a Dos Yuppies. Finalmente, o último núcleo incide sobre o período entre 1990 e 2020, num espaço intitulado A Digitalização Transforma o Mundo.

As duas visitas guiadas acontecem às 11h00, havendo 20 vagas para cada data. A participação é gratuita, mas é necessário fazer inscrição no site. De resto, Carry Me – 100 Anos de Malas pode ser visitada até dia 25, das 10h00 às 24h00

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