Criminalidade geral desceu 4,6% e a violenta subiu 2,6%
Carlos Pimentel

Criminalidade geral desceu 4,6% e a violenta subiu 2,6%

Os dados estão no Relatório Anual de 2024 que vai ser apresentado esta semana no Conselho Superior de Segurança Interna. Os homicídios desceram, ao contrário do que tinha sido avançado pela PJ.
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Em 2024 as polícias registaram 354 878 participações criminais, menos 17 117 que no ano anterior, o que corresponde a uma diminuição da criminalidade geral de 4,6%, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) a que o DN teve acesso.

Em relação à criminalidade violenta e grave - cujo alegado grande aumento foi bastante pré-anunciado - registou uma subida de apenas 2,6%, com um total de 14 385 participações.

Trata-se da menor subida em uma década, na qual apenas se registaram outras três: 3% em 2019, 14,4% em 2022 e 5,6% em 2023. Em termos de valor absoluto é o quinto maior dos últimos 10 anos.

Trata-se da menor subida em uma década, na qual apenas se registaram outras três: 3% em 2019, 14,4% em 2022 e 5,6% em 2023. Em termos de valor absoluto é o quinto maior dos últimos 10 anos.

Um dos crimes cujo anunciado crescimento já tinha causado algum alarme - o dos homicídios, afinal diminui. Ao DN a Polícia Judiciária (PJ) tinha avançado dados provisórios, segundo os quais em 2024 houve 112 homicídios, o que seria o número mais elevado da década, mas afinal os números consolidados indicam 89 (menos um do que em 2023).

Ficou, portanto, abaixo da média deste período de tempo: a média de homicídios na década de 2014 a 2023 foi de 93,4.

A diferença é explicada pelo facto de haver inquéritos a homicídios que, apesar de serem da exclusiva competência de investigação da PJ, são registados pela força de segurança que primeiro recebe a informação, provocando duplicação de processos.

A criminalidade grupal e a juvenil (12-16 anos) voltaram a recrudescer, com mais 7,7% e mais 12,5% respetivamente.

A criminalidade grupal e a juvenil (12-16 anos) voltaram a recrudescer, com mais 7,7% e mais 12,5% respetivamente.

Segundo o documento que será aprovado na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna nesta semana, os crimes considerados violentos e graves que mais subiram foram o roubo por esticão (+174 casos; + 8,7%), o roubo de viatura (+134 casos; +106%); o roubo em edifícios comerciais ou industriais (+ 80 casos;+ 21,7%); as violações (+49 casos; + 9,9%) e o roubo a banco ou outro estabelecimento de crédito (+18 casos; + 128,6%).

Em sentido inverso, os crimes violentos que mais diminuíram foram a resistência e coação sobre funcionário (-303 casos; -16,2%), a ofensa à integridade física voluntária grave (-46 casos; - 6,1%); roubo na via pública exceto por esticão (-18 casos; ~0,3%), outros roubos (- 16 casos; - 8,3%) e o roubo a postos de abastecimento de combustível (- 10 casos; - 12,3%).

A descida da criminalidade geral é a inversão de uma tendência de aumento que vinha desde 2021, voltando aos níveis pré-pandemia.

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