Com a imigração na agenda política e da atualidade, um grupo está a procura consensos. É exatamente este o nome - "Consenso Imigração" -, anunciado na semana passada, e cuja primeira conferência decorre esta segunda-feira, 1 de setembro. "Precisamos de reencontrar o equilíbrio e o bom senso" na área da imigração, resumiu Rui Marques, uma das pessoas à frente deste grupo.Num longo discurso, também longamente aplaudido, o antigo alto comissário para as migrações afirmou que o objetivo não é apontar culpados, mas sim, "a construção do futuro para todos". Em vários momentos, notou que Portugal vive um problema de polarização política sobre a imigração. "Uma das missões mais urgentes nestes dias é o combate à polarização", vincou Rui Marques. Para que isso aconteça, concordaram todos, é necessária que a discussão se baseie em "dados" e "não perceções". O antigo alto comissário lembrou que é preciso combater esta divisão, amplificada nas redes sociais."Enquanto nos dividem e fraturam, nós precisamos de trabalhar arduamente pela coesão social e pela inclusão com responsabilidade partilhada e empenho de todos", resumiu. "Por isso estamos aqui", complementou Marques.António Vitorino, atual presidente do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo, também falou sobre a importância de "combater a desinformação" e a valorização "das evidências em vez das perceções". Vitorino defende um "consenso tão alargado quanto possível" sobre o tema.O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa não participou presencialmente, mas enviou uma mensagem por escrito, em que saudou a iniciativa e defendeu um consenso sobre o assunto. Luís Ferreira, reitor da Universidade de Lisboa, também cobrou a existências de dados. "Precisamos de dados fidedignos e não de perceções", alertou o reitor. E ainda deixou um recado: "não há sociedades paradas no tempo".A conferência continua durante a tarde com painéis técnicos sobre temas centrais da atualidade: reagrupamento familiar, nacionalidade e imigração.amanda.lima@dn.pt.Governo fecha as portas ainda mais à imigração. “Economia terá que se adaptar”, diz ministro.Lei da imigração: o que "passou", o que foi vetado pelo TC e o que está mantido desde o início