Com "expectativas positivas", fórum jurídico brasileiro pode movimentar mais de 15 milhões de euros em Lisboa
Arranca nesta quarta-feira, 2 de julho, a 13.ª edição do Fórum de Lisboa, evento liderado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil Gilmar Mendes que traz a elite política daquele país a Portugal.
Tendo em conta a edição de 2024, o impacto económico deste encontro poderá ser ainda maior. De acordo com a organização do evento, que reuniu 2.400 participantes no ano passado, um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas junto da mobilização por ocasião do Fórum de Lisboa, especialmente nos setores aéreo, hoteleiro e de restauração de Portugal, indicou um movimento de 15 milhões de euros na economia nacional. Para este ano, a previsão é de três mil participantes.
"As expectativas são muito positivas para este fórum, que ganhou uma dimensão transnacional", afirma ao DN o ministro Luis Felipe Salomão, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça do Brasil e membro da organização.
O tema desta 13ª edição será “O mundo em transformação – Direito, Democracia e Sustentabilidade na Era Inteligente”, com foco nos desafios jurídicos e institucionais provocados pela inteligência artificial, pelas alterações climáticas e pelas novas dinâmicas geopolíticas.
"Vamos tratar de temas como economia, como impacto da tecnologia, na área do Direito, filosofia. Um tanque de ideias, troca de experiências, é o que representa esses dias de debate. E a temática desse ano, tratar dessas inovações, desses atos todos nos diversos ramos do Direito e da vida em sociedade, é muito atual e permite uma troca de ideias muito relevante sobre esses temas", conclui o ministro.
O evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado pelo ministro Gilmar Mendes, pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL) da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário – FGV Justiça.
Na véspera de viajar para Lisboa, Gilmar Mendes rebateu a declaração de André Ventura, que afirmou querer "investigar" a influência do ministro no país. "Tudo indica, considerando o contexto da política portuguesa, que o André Ventura está a responder a impulsos dos nossos políticos brasileiros, tanto é que logo que ele fez essa declaração havia um twitt do Eduardo Bolsonaro", disse o ministro à CNN Brasil, citando a relação do líder do Chega com um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ventura publicou no X que "depois de milhares de denúncias recebidas, o CHEGA irá fazer uma investigação própria à influência, património e rede de interesses do ministro do STF Gilmar Mendes, em Portugal".
"O fórum é completamente transparente, feito por instituições extremamente responsáveis", completou Gilmar Mendes.
O evento decorre até à próxima sexta-feira, 4 de julho. O ex-secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo é um dos convidados internacionais, além de Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
De Portugal, participam os presidenciáveis Henrique Gouveia e Melo e Luís Marques Mendes, além de José João Abrantes, presidente do Tribunal Constitucional, Maria Lúcia Amaral, ministra da Administração Interna, e Gonçalo Saraiva Matias, ministro Adjunto e da Reforma do Estado.