Climáximo invade sede da Galp e espalha 284 cruzes no chão, uma por cada morte em excesso pelo calor
O Climáximo invadiu a sede da Galp na manhã desta quarta-feira, 16 de julho, e espalhou 284 cruzes no chão do átrio "em memória das vítimas da onda de calor".
Em comunicado, a porta-voz da ação Anne Morrison, de 70 anos, defende que "a onda de calor que sufocou o país, bem como vários outros países da Europa, não foi uma mera anomalia meteorológica". Cita ainda dados preliminares da Direção-Geral da Saúde, segundo os quais Portugal continental registou 284 óbitos em excesso durante o período de alerta de tempo quente, iniciado a 28 de junho, maioritariamente entre pessoas com 85 ou mais anos.
"Estas pessoas não são apenas estatísticas: são avós, pais, amigos, vizinhos, membros de comunidade. Sabemos que as ondas de calor impactam em particular quem já está em condições mais frágeis, como idosos, grávidas, bebés, pessoas com casas precárias e trabalhadores que trabalham ao ar livre. Este número devia chocar-nos a todos enquanto sociedade. Foi um massacre cometido por petrolíferas como a Galp", defende o Climáximo.
O coletivo cita também dados citados pelo jornal britânico The Guardian, que dão conta de que o calor extremo tenha matado 2300 pessoas em 12 cidades diferentes da Europa.
"As petrolíferas sabem dos efeitos desastrosos da exploração de petróleo há várias décadas, alertadas por dezenas de relatórios científicos. Hoje, vemos as consequências da crise climática - como o aumento extremo das temperaturas - a desenrolar-se perante os nossos olhos", alerta o Climáximo, acrescentando que "a Galp sabe perfeitamente que os seus negócios de combustíveis fósseis provocam a morte de centenas e milhares de pessoas, o aquecimento global e a destruição planetária".
"Eles declararam guerra às pessoas e ao planeta e se não forem travados continuarão a lucrar à nossa custa", diz o coletivo, lançando um apelo à sociedade portuguesa: "Não podemos consentir com esta injustiça profunda. Eles estão a destruir o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos. Temos de lutar por uma sociedade justa num planeta habitável, juntos".