Adérito Lopes recebeu alta hospitalar durante a madrugada desta quarta-feira
Adérito Lopes recebeu alta hospitalar durante a madrugada desta quarta-feiraDR

Ator Adérito Lopes fala sobre "cruel e brutal ato de violência" de que foi vítima

Ator defende que "este vil ataque" "tem de ser exemplarmente investigado e punido pela justiça".
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O ator Adérito Lopes, que na noite de terça-feira, 10 de junho, foi agredido quando se preparava para entrar no teatro A Barraca, em Santos, Lisboa, descreveu esta quinta-feira essa agressão como "um cruel e brutal ato de violência, totalmente gratuito".

O ator, que teve de ser suturado no rosto depois da agressão, alegadamente por elementos ligados a um grupo neonazi, explica que faz esta declaração pública "em respeito por todos os que, com genuína preocupação", lhe fizeram chegar palavras de solidariedade.

Adérito Lopes recebeu alta hospitalar durante a madrugada desta quarta-feira
Vídeo mostra suspeitos do lado de fora do teatro A Barraca depois de agressão contra ator Adérito Lopes

"Na minha chegada ao teatro, fui absolutamente surpreendido por um cruel e brutal ato de violência, totalmente gratuito, sem que da minha parte tivesse havido qualquer ação em relação à pessoa do agressor ou em relação a qualquer outra pessoa ali presente", lembra, defendendo que "este vil ataque" "tem de ser exemplarmente investigado e punido pela justiça".

Adérito Lopes recebeu alta hospitalar durante a madrugada desta quarta-feira
Ator de A Barraca agredido com soqueira por grupo de extrema-direita e teve de ser suturado

Adérito Lopes diz que, além deste comunicado, não pretende pronunciar-se publicamente sobre o que aconteceu "para não prejudicar a investigação". Acrescenta que só na justiça voltará ao assunto. "A minha posição não é motivada por medo, mas pelo facto de entender que é à justiça que cabe resolver este assunto e também por não querer transformar este incidente num trampolim publicitário ou numa oportunidade mediática a favor do agressor e/ou de grupo de que alegadamente fará parte", justifica, agradecendo todas as mensagens de apoio que recebeu nas últimas horas.

As autoridades já terão recolhido indícios que podem ligar o o suspeito de agredir Adérito Lopes ao grupo neonazi Blood & Honour. Fonte ligada à investigação, que está a ser coordenada pela Polícia Judiciária com apoio da Polícia de Segurança Pública (PSP), confirmou ao DN que o identificado tem 20 anos e estará ligado a um grupo de extrema-direita.

Adérito Lopes recebeu alta hospitalar durante a madrugada desta quarta-feira
Violência contra ator. Agressor tem 20 anos e estará ligado aos neonazis Blood & Honour

Também a ministra da Administração Interna manifestou esta quinta-feira “repúdio absoluto” pelo ataque, considerando-o "um ato inaceitável", e reforçou o compromisso do Governo com a segurança, remetendo a punição deste crime para os tribunais.

Numa declaração à saída do Mosteiro dos Jerónimos, onde decorreu a cerimónia do 40.º aniversário da adesão de Portugal à Comunidade Europeia, Maria Lúcia Amaral quis destacar três pontos sobre esta agressão por um grupo de extrema-direita.

“Em primeiro lugar, o que aconteceu, as suas conotações, os seus fundamentos, a sua natureza, releva de um ato absolutamente inaceitável num país como Portugal. Primeiro ponto, algo que não pode ter outro objeto que não o repúdio absoluto”, disse.

Em segundo lugar, a ministra referiu que o compromisso do Governo “é prevenir, evitar e tudo fazer para que este tipo de atos, quando cometidos, quando não evitáveis, possam ser devidamente sancionados, através de policiamento de proximidade que garanta a segurança e a integridade das pessoas e bens”.

“Terceiro e último ponto, quando se cometem crimes, como foi o que aconteceu, num país como Portugal, que é um Estado de direito, cabe à Justiça, aos Tribunais, de acordo com as leis, devidamente perseguir, devidamente castigar os criminosos”, afirmou, sem querer responder às perguntas dos jornalistas.

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