Apagão. Onda de desinformação sobre suposto "ataque russo" inunda redes sociais
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Apagão. Onda de desinformação sobre suposto "ataque russo" inunda redes sociais

Mensagens e vídeos que circularam nas redes sociais transmitiram conteúdo falso ou descontextualizado sobre o incidente.
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Uma onda de desinformação inundou as redes sociais, depois do apagão que atingiu segunda-feira diversos países, como Portugal, partilhando narrativas que apontavam, por exemplo, “grupos russos apoiados pelo Estado” como responsáveis pelo suposto ataque, segundo a BBC.

Foram várias as mensagens e vídeos que circularam nas redes sociais, como o WhatsApp e o TikTok, que transmitiram conteúdo falso ou descontextualizado sobre o incidente.

Por exemplo, um texto atribuído à CNN, aparentemente assinado por Bruxelas, apontava “grupos russos apoiados pelo Estado” como responsáveis por um suposto ciberataque que teria atingido 15 países europeus.

O artigo, que incluía declarações falsas atribuídas à presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, não foi publicado no meio de comunicação, tendo inclusive a CNN Portugal desmentido a informação.

Outra narrativa difundida pela agência Reuters afirmava que o “apagão” era causado por um “fenómeno atmosférico raro”, aparentemente chamado "vibração atmosférica induzida".

A reportagem atribuía as informações às Redes Energéticas Nacionais (REN), responsável pela distribuição de energia em Portugal, tendo sido partilhada por diversos outros meios de comunicação, embora mais tarde a agência de notícias tenha retificado o erro.

Além disso, uma notícia de 2021, sobre um avião de combate a incêndios que danificou uma linha de alta tensão em França, provocando cortes de energia em Portugal e Espanha, foi compartilhada novamente em aplicações como WhatsApp e noutros canais.

Segundo a BBC, embora o acontecimento seja verdadeiro, a história não tem qualquer relação com o apagão que afetou o país na segunda-feira.

Em redes sociais, como o TikTok, diversos vídeos referiam que a “reposição total da energia elétrica em Portugal levaria pelo menos 72 horas”, numa mensagem aparentemente atribuída às distribuidoras de energia.

Através de uma comunicação oficial, tanto a REN como a E-Redes, empresa que gere a distribuição de energética, desmentiram qualquer previsão de três dias para a normalização do fornecimento.

Outra mensagem associada à E-Redes informava que “um problema na rede elétrica europeia afetou a rede nacional", assim como "regiões na Espanha e França", consequência de "avarias em linhas alta tensão de 400.000 volts".

Apesar disso, no primeiro comunicado a empresa apenas informou que o país estava a sofrer constrangimentos, mas não indicou o motivo.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, que continua sem ter explicação por parte das autoridades.

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Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades foram algumas das consequências do “apagão”.

O restabelecimento de energia aconteceu de forma gradual ao longo do dia, começando pela zona centro do país.

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

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