Descendo até aos Armazéns do Chiado, o cenário não se altera. Lá fora, são poucas as pessoas na rua, que apenas ganha vida através da voz de João Paulo Ferreira, artista musical que viu dezenas de concertos cancelados e que trocou os palcos pela calçada portuguesa. "A pandemia deixou-me com concertos cancelados e deu-me um murro no estômago, mas para mim este é um palco maravilhoso porque posso expressar a minha arte depois de estar tanto tempo parado", partilha com o DN. "Esta zona costuma estar muito cheia, acho que as pessoas estão a ter consciência e isso para mim é bom sinal", diz João Paulo Ferreira. No centro comercial da Rua Garrett, as portas registam dezenas de entradas e saídas constantes de clientes que, lá dentro, procuram beber uma bica, comprar o jornal ou parar para almoçar. É o caso de Cecília Máximo e do marido, José, que aproveitaram a reabertura das lojas para almoçar fora. "Já estávamos fartos de estar em casa, tínhamos saudades deste movimento", adianta José. Conta que esta é uma forma de juntar "o útil ao agradável". "Vimos arejar e ajudamos a economia a recuperar."