Ana Paula Martins esteve mais de cinco horas a responder às questões colocadas pelos deputados da Comissão Parlamentar da Saúde. No final, e na resposta ao deputado do PSD, Miguel Guimarães, assume que “há diferenças magistrais entre o norte e o sul, para onde não se consegue atrair tantos profissionais”. Mas não só, a ministra admitiu mesmo que “a Saúde a norte é uma coisa e a Saúde a sul é outra”, tendo em conta o número de profissionais de que dispõem em comparação com a população existente, mas também com a organização com que funcionam os serviços a norte, que foram pioneiros, por exemplo, no modelo de urgências metropolitanas.Ana Paula Martins referiu “ser difícil não admitir estas diferenças”, já que “o código postal não nos deve dividir. Deve é fazer com que as boas práticas sejam ampliadas”. Ao mesmo tempo, admitiu que a resposta do SNS na região de Lisboa e Vale do Tejo “é o foco da nossa preocupação”, onde deve ser revisto o funcionamento nalgumas áreas..Ministra admite uso indevido do SNS por estrangeiros que passam por Portugal . A ministra disse que em cima da mesa para reavaliação estão “questões como a via verde, as urgências metropolitanas, os centros de referenciação, a rede de obstetrícia e pediatria”, entre outras, porque “temos uma realidade muito diferente a sul do pais”. Referindo ainda que tanto o Alentejo como o Algarve também necessitam de “uma atenção muito particular, nomeadamente na forma como vamos atrair e fixar recursos humanos”, sobretudo no Alentejo já que é uma região onde não há setores privado ou social e onde o serviço público tem mesmo de responder.Questionada pelo PS sobre a questão das investigações ao INEM e os seus resultados, a ministra disse: “não sabemos nada da investigação que a IGAS está a fazer ao INEM”. O deputado João Paulo Correia do PS disse ainda à ministra não adiantar estar a dar dados de Unidades Locais de Saúde que está a mudar, ao que a ministra respondeu ter mudado quatro conselhos de administração e argumentou não entender porque não pode este governo mudar uma administração para outra que considera ser melhor para o momento atual.Amadora-Sintra: a questão é "saber porque é que os cirurgiões foram embora"O Hospital Amadora-Sintra foi referido várias vezes nesta audição. No final, a ministra disse que o problema que existe neste momento é o do serviço de cirurgia, que de outubro até agora perdeu 13 cirurgiões e que, apesar da administração ter tentado contratar profissionais, “ninguém quer ir trabalhar para o serviço”. A grande questão para a ministra “é porque é que estes cirurgiões se foram embora e enquanto não conseguirmos responder não conseguimos resolver a situação”. A ministra disse ainda não saber quando vai poder anunciar a nova administração, pois "os nomes ainda têm de ir à CReSAP". .Ministra admite uso indevido do SNS por estrangeiros que passam por Portugal .361 doentes oncológicos fora do tempo adequado para serem operados