Ministra diz que a existência de utentes sem médico de família é uma preocupação
Ministra diz que a existência de utentes sem médico de família é uma preocupação TIAGO PETINGA

361 doentes oncológicos fora do tempo adequado para serem operados

O número é de janeiro de 2025 e foi dado pela ministra da Saúde na Comissão Parlamentar esta manhã. A governante disse ainda haver quase 1,7 milhões de utentes sem médico de família.
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Os dados sobre cirurgias, cirurgias oncológicas e utentes sem médico de família voltaram ao Parlamento. Foram dados pela ministra da saúde, Ana Paula Martins, no âmbito de um requerimento apresentado pelo Bloco de Esquerda sobre o acesso aos cuidados no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Neste sentido, e segundo a titular da pasta, em janeiro d 2025 foram realizadas 7115 cirurgias oncológicas, em janeiro de 2024 este número era de 6514.

Quanto aos doentes inscritos para cirurgias, em janeiro de 2025 era de 8946, em janeiro de 2024 eram 9278, referindo que em relação a este ano havia 361 doentes à espera para além do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG), enquanto no mesmo período do ano passado eram 1568.

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Quanto à oncologia pediátrica, questionada pelos deputados do Chega sobre o número de crianças à espera fora do TMRG, a ministra disse haver apenas uma criança nessa situação em Coimbra, mas que havia uma explicação clínica para tal, “é uma caso muito grave que não pode ainda ser intervencionado, necessita de reavaliado”. Sobre a lista de espera para transplantes pediátricos, Ana Paula Martins referiu que só o IPO de Lisboa tinha seis crianças em lista de espera na semana passada, uma seria operada esta semana, as outras não tinham condições para fazer.

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Relativamente às cirurgias de outras patologias, Ana Paula Martins disse haver 24 mil que estão a ser negociadas para serem realizadas no setor social e privado, já que há doentes com mais de 1000 dias à espera dessa cirurgia.

O PS colocou em cima da mesa a questão dos utentes sem médico de família questionando a ministra sobre como vai resolver o problema de dar um médico de família a cada utente no final de 2025, quando este número não tem vindo a diminuir. Segundo João Paulo Correia em março de 2024, havia 1,539 milhões de utentes sem médico de família, no final de 2024 este número tinha passado para 1,522 milhões, apenas menos 17 mil. Sendo assim, “como vai cumprir esta promessa?”.

Mas Ana Paula Martins tem outros números dizendo que em janeiro de 2024 havia 1,96 milhões de utentes sem médico de família, em junho este número era de 1,738 milhões, em dezembro era de 1,68 milhões e a 31 de janeiro de 2025 o número está em 1,686 milhões. Assumindo que “o número diminuiu, mas não de maneira a que possamos ficar descansados. E isto sim é uma questão em que penso todos os dias e é para isto que eu e a minha equipa estamos a tentar encontrar soluções”. A governante referiu que 2/3 destes utentes estão na região de Lisboa e Vale do Tejo, dando o exemplo do centro de saúde do Catujal, na região Oeste, tem um médico e enfermeiros, mas 27 mil utentes a quem prestar cuidados”.

O PS questionou ainda sobre s Centros de Atendimento Clínico (CAC) sobre o numero que recebem, nomeadamente o do Hospital da Prelada, no Porto, e o de Sete Rios, ligado à ULS Santa Maria, cerca de 150 por dia e tal faz sentido. A na Paula Martins referiu que no final do inverno o funcionamento dos CAC vai ser avaliado e até se será a alternativa para o verão.

Nesta audição, Ana Paula Martins foi acusada por vários deputados de estar a defender as Parcerias Público Privadas (PPP) a partir do momento que referiu qu o Hospital Amadora-Sintra tinha “problemas graves porque não foi pensado para uma população de 600 mil pessoas” e que porque “deixou de ser uma PPP”.

A ministra admitiu mesmo, na área oncológica, "se houver algum momento em que o SNS não conseguir responder aos utentes, algumas entidades certificadas da área privada talvez o possam fazer".

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