PS-Madeira aprova moção de censura ao Governo Regional por unanimidade

O líder do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, confirmou neste sábado que o seu partido votará a favor da moção de censura apresentada pelo Chega contra o Governo Regional da Madeira. A decisão foi tomada por unanimidade numa reunião da comissão política regional dos socialistas, acompanhando a indicação da liderança.

"Não podemos, nem vamos, segurar este Governo de Miguel Albuquerque", disse Cafôfo, que já enfrentou o atual presidente do Governo Regional da Madeira em duas ocasiões, sem impedir vitórias do PSD em 2019 e em 2024.

Paulo Cafôfo destacou o que disse ser a coerência do PS-Madeira, que votou contra a moção de confiança apresentada pelo executivo minoritário de Albuquerque, realçando que "desde essa altura e até agora muito mais aconteceu", visto que o presidente do Governo Regional da Madeira e quatro secretários regionais são arguidos em processos por indícios de corrupção.

Nas declarações que fez no final da reunião da comissão política do PS-Madeira, Cafôfo fez vários ataques a Miguel Albuquerque, a quem apontou ser arguido em casos de corrupção ativa e passiva. "Está a fugir à justiça porque não pede a retirada da sua imunidade enquanto conselheiro de Estado", acusou o líder regional socialista, que foi o primeiro (e até agora único) presidente da Câmara do Funchal a não ser eleito pelo PSD.  

Igualmente criticada pelo líder regional socialista foi a atuação do presidente do Governo Regional da Madeira durante os incêndios que tiveram lugar no verão passado. "Fugiu às suas responsabilidades e foi para o Porto Santo, para se estender a apanhar sol numa espreguiçadeira", disse, acusando Miguel Albuquerque de "estar agarrado ao poder só para não responder à Justiça".

"Não nos interessa um parágrafo"

Confrontado com uma pergunta sobre um parágrafo da moção de censura do Chega que se dirige à "incompetência" de quem faz oposição parlamentar ao PSD há mais tempo na Madeira, dizendo que a "incapacidade evidente e crónica" do PS em apresentar uma alternativa credível "quase o eleva ao estatuto de cúmplice ético e moral das evidentes más práticas instaladas na governação madeirense”, Paulo Cafôfo preferiu desvalorizar o assunto.

"Não nos interessa um parágrafo ou o texto do Chega. Interessa-nos a censura a Miguel Albuquerque e ao seu Governo", defendeu, acrescentando que "os madeirenses não compreenderiam se o PS votasse contra esta moção de censura".

Assim sendo, o PS-Madeira espera agora pela votação da moção de censura, que deverá ser agendada para meados deste mês, que será aprovada caso todos os seus deputados, os do Chega e os do Juntos pelo Povo votarem a favor. Também o deputado único da Iniciativa Liberal, Nuno Morna, já deu indicação de que aprovará a moção de censura.

Também neste sábado, da parte da manhã, após uma reunião da comissão política regional do PSD, Miguel Albuquerque reduziu a moção de censura a "expedientes parlamentares", garantiu que não se afastará, permitindo que o Governo Regional da Madeira se mantenha, com outro social-democrata à sua frente, e disse ser "grotesco" que o PS aprove um texto que lhe aponta incompetência.