André Ventura garante: "Nada me move contra a comunidade cigana"

"A verdadeira discriminação é permitir que alguns não cumpram a lei, em detrimento daqueles que vivem com as regras do Estado de Direito", diz o candidato PSD/CDS
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O candidato do PSD/CDS a Loures reagiu esta segunda-feira, em comunicado, às críticas na sequência da entrevista dada ao jornal I relativas à comunidade ciganam, que afirmou viver "à margem das regras do Estado de Direito"

"Nada me move contra a comunidade cigana, como aliás afirmo na entrevista. De resto, ao longo da minha vida sempre convivi bem com pessoas de várias raças e etnias e diferentes credos. Quando digo que somos tolerantes com algumas minorias, refiro-me a certos casos em que manifestamente a lei não é cumprida", diz André Ventura.

A entrevista do candidato PSD/CDS ao concelho de Loures publicada no jornal I já levou várias personalidades ligadas ao PS a exigirem a Pedro Passos Coelho que se demarque e a um dirigente do CDS a sugerir uma rutura na coligação. Ventura - advogado militante do PSD que ganhou notoriedade fazendo comentários desportivos pró-Benfica na CMTV - disse, nomeadamente, que a "etnia cigana tem de interiorizar o Estado de direito porque, para eles, as regras não são para lhes serem aplicadas".

Isto é, usam por exemplo casas camarárias sem pagar e sem que a autarquia os despeje, vivendo portanto num "sentimento de enorme impunidade, sentem que nada lhes vai acontecer" e criando no concelho zonas de "autopoder", como a Quinta da Fonte, "onde são eles que mandam, a polícia não entra".

"A verdadeira discriminação é permitir que alguns não cumpram a lei, em detrimento daqueles que vivem com as regras do Estado de Direito", explica o social democrata em comunicado enviado às redações.
"Compreendo todas as especificidades, costumes e padrões civilizacionais de todas as raças, mas eles não podem esbarrar com os princípios do Estado de Direito constitucionalmente consagrados. O Estado e o poder autárquico não se podem conformar com situações de desordem pública e com guetos onde as forças da autoridade não conseguem repor a ordem, por falta de meios humanos e materiais. Frequentemente a polícia é recebida com atos de violência, designadamente em algumas zonas mais problemáticas do concelho de Loures. Esta situação tem de ser denunciada e corrigida".

Por último, o candidato demarca-se de "políticos ou civis de caráter racista ou xenófobo, pois nunca foi minha intenção estimular ou aprofundar este tipo de sentimentos no debate político". Esta explicação surge na sequência do líder do PNR, José Pinto Coelho ter vindo a público dizer que o candidato é "um dos nossos".

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