12 março 2018 às 15h15

Comunidade cigana desalojada vai voltar ao acampamento esta semana

Famílias ciganas estão alojadas temporariamente no pavilhão da Penha, em Faro, depois do mau tempo ter destruído as suas casas

DN/Lusa

O presidente da Câmara de Faro garantiu hoje que a comunidade cigana que está alojada temporariamente no pavilhão da Penha voltará ao seu acampamento esta semana, rejeitando a possibilidade de construção de casas pré-fabricadas ou instalação de contentores.

"A curto prazo, vamos apoiar aquelas famílias a voltar para o seu acampamento, proporcionando-lhes algumas condições para refazer as habitações onde estavam, e vamos acompanhar em termos sociais, também com os projetos que já tínhamos inicialmente. Isso é o imediato. Esta semana, voltarão para os seus locais", disse Rogério Bacalhau.

O autarca falava no final de uma reunião com a secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho, realizada hoje, em Faro, na qual foi analisada a questão da habitação social no concelho.

A comunidade cigana de cerca de 150 pessoas, das quais 52 crianças, está instalada de forma temporária no pavilhão municipal da Penha desde 04 de março, depois de o seu acampamento, situado na zona do Cerro do Bruxo, na periferia da cidade, ter sido afetado pelo mau tempo.

Questionado sobre a possibilidade de construção de casas pré-fabricadas ou contentores, que alguns dos membros da comunidade terão exigido, o presidente da Câmara de Faro assegurou que isso "não é exequível de momento e, portanto, não está sequer em cima da mesa".

Rogério Bacalhau acredita que a comunidade cigana não colocará problemas em regressar ao acampamento, uma vez que, explicou, se o pavilhão "tem condições contra o mau tempo", essas condições não são confortáveis para as famílias que "estão todas juntas no mesmo espaço" e "não têm privacidade nenhuma".

Ana Pinho esteve em Faro para divulgar os dois instrumentos de política habitacional que o Governo está a preparar e que a câmara poderá utilizar quando entrarem em vigor, mas, sobre o problema desta comunidade, no imediato, realçou que "as soluções no terreno" estão a cargo do município.

O programa 'Primeiro Direito', para apoio a famílias que vivem em situações precárias, estará disponível dentro de dois meses e meio, e o programa 'Porta de Entrada', que dá a resposta a situações originadas por catástrofes, entrará em vigor dentro de um mês, revelou a governante.

De acordo com Rogério Bacalhau, a Câmara de Faro está a preparar um plano municipal de habitação, que será apresentado no próximo mês, o qual passa por construção a custos controlados para famílias jovens, por construção social de emergência e por realojamentos das situações sociais mais graves.