A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE) vincou hoje que "não terminarão contratos de associação, em nenhum local, onde não exista escola pública", e sublinhou que, em causa, nesta matéria, está "o bom uso do dinheiro público".."Onde não existe oferta pública, mantêm-se os contratos de associação com escolas particulares, como não pode deixar de ser. Não se pode negar o direito à educação em nenhum sítio do território português", vincou Catarina Martins, que falava aos jornalistas, em Lisboa, no final da Mesa Nacional do BE, que hoje se realizou..O financiamento público do ensino particular e cooperativo voltou, na sexta-feira, a dividir o parlamento, com PSD e CDS a defenderem a sobrevivência destas instituições, e PS, BE e PCP e PEV a sustentarem o respeito pelo dinheiro dos contribuintes..A pedido do PSD, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, esteve na Assembleia da República para um debate sobre os contratos do ensino particular e cooperativo, que têm estado envoltos em polémica, devido à decisão do executivo de os rever, tendo em conta a existência ou não de oferta pública..Para a porta-voz do Bloco, o que está em causa neste campo "é o bom uso do dinheiro público, e o bom uso do dinheiro público é naturalmente onde há oferta pública, a escola pública, aquela que dá o direito à educação em condições de igualdade a todos e todas".."O BE está do lado de quem defende a escola pública, e isso significa acabar com o abuso de o Estado pagar turmas em colégios privados, quando há uma escola pública ao lado que pode receber os alunos nas mesmas ou até em melhores condições", realçou Catarina Martins..O BE reuniu hoje a sua Mesa Nacional, o órgão máximo do partido entre Convenções, numa altura em que se aproxima a X Convenção do partido, agendada para junho..Os contratos de associação foram criados para garantir que nenhum aluno ficaria impedido de frequentar a escola, por não haver oferta na rede pública de estabelecimentos de ensino, prevendo-se, para esses casos, o financiamento da frequência em colégios privados..Perto do fim do seu mandato, o ex-ministro da Educação do Governo PSD/CDS-PP, Nuno Crato, alterou o modelo de financiamento para os colégios com contratos de associação com o Estado - os contratos passaram então a ser plurianuais, com uma vigência de três anos.