Candidato aceita pena de morte e não a defende? Passos diz que sim
O presidente do PSD afirmou esta quinta-feira que o candidato do partido a Loures "não defendeu a pena de morte", quando André Ventura diz compreender quem a defende e questiona quem se lhe opõe.
Na entrevista à TSF, Pedro Passos Coelho declarou que André Ventura "não defendeu a pena de morte" e que o PSD também "não defende a pena de morte. Ponto final".
Esta afirmação contrasta com o que a generalidade dos observadores e atores políticos - mesmo do PSD, como Luís Marques Mendes - interpretou das declarações de André Ventura: uma defesa clara da pena de morte, pelo menos no plano pessoal.
"Não me choca que um terrorista que mate quarenta mulheres e crianças num centro comercial seja executado pelo Estado. Entre o não me chocar e o ser a favor vai um passo gigante", referiu há dias André Ventura, no jornal i, sobre o que é uma matéria de princípio.
"Se os nossos militares têm legitimidade para matar o maior número de terroristas possível nas suas bases no Médio Oriente, porque não o podem fazer os tribunais [...]?", questionou ainda André Ventura, no Correio da Manhã.
Ainda ao jornal i, André Ventura lembrou que "várias democracias avançadas a aplicam ou preveem na sua legislação" e, acrescentou, "até o catecismo da Igreja Católica admite, em alguns casos, a pena de morte".