Governo pressionado a divulgar lista oficial de mortos

Mais uma morte que se junta às 64 oficiais dos incêndios de Pedrógão gera tensão política. PSD quer que Governo se explique
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O PSD exige que o Governo divulgue a lista de mortos no incêndio de Pedrógão Grande e ainda que explique que critérios objetivos estiveram na base da elaboração dessa mesma lista.

A polémica estalou ontem com a divulgação - pelo semanário Expresso - de que afinal, para já, foram 65 as vítimas mortais no incêndio de Pedrógão Grande, e não as 64 apontados pelas estatísticas oficiais. Segundo o semanário, os critérios para elaborar a lista oficial das vítimas mortais do incêndio que deflagrou há um mês naquele concelho "excluem as mortes indiretas", designadamente a de uma viúva de 71 anos que foi atropelada quando fugia das chamas. Para o PSD, "está na hora de ser divulgada a lista oficial de nomes ", bem como dos critérios para a constituição dessa lista."Não pode haver por parte do Governo uma gestão política da informação acerca do que aconteceu, como não pode haver por parte dos partidos em geral um objetivo de especulação ou atitude de combate político", defendeu a vice-presidente Teresa Morais. Ao final da tarde, o líder Pedro Passos Coelho relembrou que o SIRESP "tem a assinatura do atual primeiro-ministro", porque o contrato de PPP foi assinado no tempo em que António Costa era ministro. "Como é que é possível vir lamentar-se recorrentemente das falhas daquele sistema, como se ele não tivesse nada que ver com aquilo? No mínimo, deveria ter um pouco mais de constrangimento em, com tanta frequência, falar nas responsabilidades e nas falhas como se elas não tivessem um autor", referiu. "Em que pocilga estamos nós enfiados? Até onde chega a falta de decência desta gente? Até quando os vamos aturar?", reagiu o social-democrata José Eduardo Martins, no Facebook. Já da parte do PS, oficialmente, silêncio. Mas João Galamba, porta-voz para as questões financeiras não deixou de lançar a farpa: "o Expresso decidiu brincar aos jornais a fingir. E fez capa e tudo".

A líder do CDS/PP, Assunção Cristas acusou o Governo de "falta de transparência e frontalidade" e apelou, mais uma vez, a uma remodelação urgente do Governo, defendendo que a Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa "está muito fragilizada". Já do PCP a decisão foi também de silêncio. A coordenadora do Bloco de Esquerda ,Catarina Martins disse que "o país tem de conhecer exatamente a dimensão da tragédia. Todas as pessoas têm de ser respeitadas no que aconteceu. Existir um caso significa que há alguma coisa que não está bem feita", disse.

O incêndio deflagrou no dia 17 de junho, provocou ainda 200 feridos e só foi extinto uma semana depois. 47 das vítimas morreram na Estrada Nacional 236-1.

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