José António Vieira da Silva apela a Sampaio da Nova para que se candidate às presidenciais de 2026. Em declarações ao DN, o antigo ministro socialista diz não ter dúvidas em junta-se aos que apoiam uma candidatura do professor catedrático. “Faço este apelo a Sampaio da Nóvoa, sabendo que dará, com toda a certeza, mais consistência ao debate”. Considerando que bons candidatos poderão dar maus presidentes e vice-versa, Vieira da Silva defende que o professor catedrático faz o pleno: “um bom candidato e bom presidente, com elevado sentido cívico, capaz de unir as esquerdas”, defende, considerando os atuais candidatos “jogadores de padel a competir num torneio de ténis”. Ainda que compreenda as razões que levaram José Luís Carneiro a remeter o debate interno sobre presidências para depois das autárquicas de 12 de outubro, Vieira da Silva discorda do líder. “Imaginar que é possível ao PS permanecer numa bolha é ingénuo. O partido pode não ir ao debate das presidenciais, mas o debate das presidenciais vai ter com o PS”, afirma, lembrando que a candidatura de António José Seguro, já em marcha, “está a angariar apoios ainda antes de um debate no partido”. Por isso, “falar de presidenciais apenas depois das autárquicas será tarde demais”. .António José Seguro defende perfil presidencial "com uma dimensão ética à prova de bala".Presidenciais: Seguro recebeu “com satisfação” decisão de António Vitorino.“Tradição socialista” Com um ex-secretário geral do PS na corrida, o antigo ministro socialista lembra que as eleições presidenciais são individuais. “Isso é compreensível. “O que não é compreensível”, acrescenta, “é que se lance um anátema contra quem não apoia um determinado candidato. A disciplina partidária, nas presidenciais, não funciona”. A situação não é nova no partido - “tivemos Mário Soares a concorrer com Manuel Alegre, e Maria de Belém com Sampaio da Nóvoa” -, salientando ainda o atual cenário, na área da direita: “Há dois ex-presidentes do PSD em cena– um é candidato, o outro apoia um adversário do primeiro”. Cenário atual que Vieira da Silva vê com preocupação. “Obstante o respeito que me merecem, os candidatos não estão à altura nem do cargo nem momento que vivemos. São candidatos sem a densidade e o perfil para este combate e este cargo”. Reforça a “desadequação entre o perfil dos candidatos e as exigências do cargo a que concorrem”, num contexto “ novo”: “pela primeira vez, os candidatos não são figuras relevantes dos primeiros anos da democracia. Estamos perante uma nova era, com transformações no quadro político nacional e internacional”.