Mário Mourão, secretário-geral da UGT.
Mário Mourão, secretário-geral da UGT. Foto: Paulo Spranger

Socialistas da UGT recandidatam Mário Mourão a secretário-geral da estrutura sindical

A TSS reconhece que o sindicalismo “atravessa grandes desafios” e não pode “ficar preso a modelos de organização do passado”.
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O congresso da Tendência Sindical Socialista da UGT recandidatou Mário Mourão para secretário-geral da central sindical, cargo que ocupa desde 2022, de acordo com uma resolução, aprovada por unanimidade.

Assim, a Resolução Programática do IX Congresso da Tendência Sindical Socialista (TSS) da UGT (TSS/UGT), “realizado no dia 22 de novembro de 2025, e aprovada por unanimidade e aclamação”, decidiu avançar com esta recandidatura, acreditando que é “o compromisso de uma liderança que acredita na força do trabalho, na solidariedade socialista e no futuro do socialismo democrático”.

No documento, a TSS reconheceu que o sindicalismo “atravessa grandes desafios, de representatividade e de capacidade de influência social” e que não pode “ficar preso a modelos de organização do passado”.

Apontando questões como a tecnologia e o trabalho cada vez mais precário, os TSS destacaram a perda de centralidade do trabalho na vida democrática e “o afastamento entre sindicatos e novas gerações” como alguns dos aspetos que mais desafios trazem à atividade sindical.

“Os jovens trabalhadores vivem realidades profundamente diferentes das que moldaram o sindicalismo tradicional: vínculos instáveis, múltiplos empregos, rendimentos irregulares, trabalho de plataforma, estágios sucessivos e carreiras fragmentadas. Muitos não se veem representados ou não compreendem a relevância dos sindicatos”, destacou, apontando que “reconquistar esta geração é crucial e implica reconstruir linguagem, formatos de participação e modelos de organização mais flexíveis, digitais, descentralizados e inclusivos”.

A resolução não deixa de apontar ainda “reformas laborais que fragilizam a negociação coletiva, que ampliam a precariedade ou que aumentar a rigidez sem proteger verdadeiramente os trabalhadores”, assim como “a fragmentação do próprio movimento sindical”.

Para a TSS da UGT, outro desafio é a “crescente pressão económica sobre os trabalhadores” e a renovação do sindicalismo.

Esta recandidatura propõem-se a atacar estes problemas, nomeadamente através da defesa ativa dos direitos laborais e da negociação coletiva, da promoção da igualdade e combate às desigualdades, intervenção política e diálogo social, entre outras linhas de ação.

“Estas linhas estratégicas definem o quadro de ação dos sindicalistas socialistas: um sindicalismo moderno, inclusivo e estrategicamente orientado, que reafirma a centralidade do trabalho, defende direitos, promove igualdade e constrói justiça social”, destacou.

Para a entidade, funcionam como “orientação para cada decisão, cada negociação, cada campanha e cada iniciativa do movimento, garantindo que a UGT e a Tendência Sindical Socialista se mantenham na vanguarda da defesa do trabalho digno e do futuro dos trabalhadores”.

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