O candidato presidencial António José Seguro afirmou esta quinta-feira, 18 de setembro, que a sua candidatura é apartidária, não nasceu da combinação com nada, nem num almoço secreto.“Eu vi a notícia de que o PS marcou já a sua Comissão Nacional para falar sobre as eleições presidenciais e eu repito o que sempre disse que é que respeito a vida partidária e que esta não é uma candidatura partidária e, portanto, os partidos têm os seus direitos e os seus calendários”, disse Seguro, à margem de “Conversas com o Presidente”, uma iniciativa da Fundação AEP, no Porto.O PS decide o seu apoio a um candidato presidencial a 19 de outubro durante uma reunião da Comissão Nacional.Apesar da insistência dos jornalistas, o candidato repetiu que a sua candidatura é apartidária e vem para unir e somar, sendo um opositor de quem vem para dividir ou criar muros.“Esta eleição presidencial é uma eleição unipessoal em que as pessoas se candidatam e trazem todo o seu trajeto de vida, a sua visão, os seus valores e os seus princípios”, vincou.Seguro acrescentou que a sua candidatura não nasceu da combinação com nada, nem num almoço secreto, referindo-se ao almoço do candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo com o presidente do Chega, André Ventura, que na terça-feira anunciou a sua entrada na corrida a Belém.“Tudo o que eu faço é de uma forma transparente e de uma forma aberta. Eu digo aos portugueses ao que venho e espero ter a confiança dos portugueses”, frisou.Na quarta-feira, em entrevista à SIC, Gouveia e Melo confirmou ter almoçado com André Ventura e criticou a “partidarização” das eleições presidenciais agendadas para janeiro.Questionado sobre essas declarações, Seguro disse que um candidato independente não almoça secretamente com um líder partidário e que isso diz muito do que esse candidato entende o que é a independência.“O que é que se passou nesse almoço? O que é que combinaram?”, questionou.Revisão constitucional "não é prioridade""A revisão constitucional não é uma prioridade do país", disse também António José Seguro.Para o ex-líder socialista, o poder só faz sentido se mudar para melhor a vida das pessoas e, neste momento, os partidos devem concentrar-se na resolução dos problemas dos portugueses."A resolução dos problemas da habitação, saúde, educação ou segurança social não necessita de uma revisão constitucional", sustentou.O candidato às Presidenciais sublinhou que, hoje, uma família de classe média não tem condições para arrendar ou comprar uma casa para que o seu filho possa estudar ou constituir a sua vida.Seguro assinalou ainda que a taxa de desemprego juvenil em Portugal é quase três vezes superior à taxa normal e que há muita gente a passar mal e a sofrer."Nós não devemos esquecer que há pobres em Portugal e que trabalham, o dinheiro que vem do salário não é suficiente para que a pessoa saia de uma situação de pobreza", apontou."Se a política for só conversa e não for resposta aos problemas as pessoas afastam-se e ficam desiludidas", disse..Seguro apela à convergência na sua candidatura após anúncio de Ventura: "Agora as coisas ficam mais claras".Gouveia e Melo confirma almoço com Ventura e revela: "Já votei muitas vezes no PS e no PSD"