Ao ouvir que a sua carreira política “é sempre a subir”, Sebastião Bugalho sorri e responde que, “a subir, só no guindaste”, olhando para a máquina que está atrás do interlocutor. Mas o eurodeputado de 29 anos, cabeça de lista da coligação PSD-CDS nas europeias de 2024, ainda como independente, e desde o final do ano passado militante social-democrata, está a ser uma das estrelas da campanha autárquica do partido, com uma agenda muito carregada, e espalhada pelo território nacional, que no final da manhã desta terça-feira, 7 de outubro, o levou a um edifício de habitação pública, quase a acabar de ser construído, em Sassoeiros, no concelho de Cascais.Ao lado de Nuno Piteira Lopes, atual vice-presidente da Câmara de Cascais, e cabeça de lista da coligação PSD-CDS que governa o concelho há um quarto de século, Bugalho elogia a vista para o farol do Bugio nos apartamentos T3, depois de visitar a residência universitária criada pela autarquia nas instalações do Mosteiro de Santa Maria do Mar, num investimento próximo de cinco milhões de euros, entre a compra do imóvel e a sua requalificação, financiada em grande parte pelo Programa de Recuperação e Resiliência. Daí resultaram 41 habitações individuais, com rendas entre 90 e 250 euros mensais, com prioridade para bolseiros.A aposta na juventude de Nuno Piteira Lopes, que pretende ter em Cascais “tantos ou mais estudantes universitários” do que Coimbra, subindo para 21 mil graças à vinda da Faculdade de Direito e da Faculdade de Medicina da Universidade Nova, que se juntam à Nova SBE, vem numa fase que o voto jovem tende para o Chega, mas o eurodeputado tem relutância em tecer considerações sobre o que leva a pedirem a sua presença. “Onde as estruturas e os candidatos me querem, o partido envia-me; e onde o partido julga que posso ser útil ou necessário, eu vou. Aqui em Cascais, não foi preciso intermediação, pois sou amigo e admirador do Nuno Piteira Lopes”, refere, acrescentando que a sua vinda “não vai influenciar o resultado”, que por sinal se afigura previsível, estando apenas em dúvida a manutenção de maioria absoluta.Quem foi a Cascais um dia depois de se ter dividido entre Barreiro e Meda, que distam 400 quilómetros entre si, e de passar o sábado no Minho (Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Vizela e Amares), “no fim do dia aquilo que conta são os votos dos nossos candidatos e não os quilómetros que faço por eles”..Sebastião Bugalho vai ser mandatário do candidato PSD-IL à Câmara de Vila Franca de Xira.Quando lhe perguntam se tais palavras pecam por excesso de humildade após ter substituído Luís Montenegro no arranque da campanha eleitoral, nomeadamente na Covilhã, onde o PSD tem a ambição de fazer eleger o independente Jorge Simão, Bugalho faz um reparo. “A única pessoa no PSD que substitui o presidente é o secretário-geral. O que pode acontecer, pontual e raramente, é eu ter de fazer as vezes do secretário-geral, por ele não conseguir estar em dois sítios ao mesmo tempo”.Sem ser ao mesmo tempo, Bugalho foi ainda, nas últimas semanas, a Águeda, Ansião, Castelo Branco, Castro Daire, Espinho, Lamego, Mangualde, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Tomar, Torres Vedras, Vagos, Valpaços e Vila Franca de Xira. E há mais três dias de campanha eleitoral pela frente.