António Guterres encarou a hecatombe eleitoral do PS nas autárquicas de 2001 como um sinal de que o seu ciclo chegara ao fim.
António Guterres encarou a hecatombe eleitoral do PS nas autárquicas de 2001 como um sinal de que o seu ciclo chegara ao fim.Foto: Natacha Cardoso / Arquivo DN

Quem ganhou e quem perdeu nas eleições autárquicas deste século

Do "pântano" que levou Guterres a sair do Governo, após o PS perder as cinco principais câmaras em 2001, até à surpresa de Moedas em 2021, as últimas seis eleições autárquicas foram feitas de mudança.
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2021

Moedas foi a surpresa da noite

As ligeiras melhoras do centro-direita foram exponenciadas pela vitória de Carlos Moedas na Câmara de Lisboa, que pôs fim a 14 anos de governação socialista na capital. Também Coimbra e Funchal deixaram de ser autarquias do PS, que ainda assim manteve clara vantagem no mapa e viu Ricardo Leão conquistar Loures aos comunistas.

PS 148 + 1 em coligação = 149

PSD 73 + 41 em coligação com CDS + 1 em coligação com outros = 115

CDU 19

Movimentos de cidadãos 19

CDS 6

Juntos pelo Povo 1

Mudanças em capitais de distrito e principais autarquias

Lisboa

Era PS

Passou a ser PSD+CDS+Outros

Coimbra

Era PS

Passou a ser PSD+CDS+Outros

Guarda

Era PSD

Passou a ser Movimento de Cidadãos

Portalegre

Era Movimento de Cidadãos

Passou a ser PSD+CDS

Funchal

Era PS+Outros

Passou a ser PSD+CDS

Loures

Era CDU

Passou a ser PS

2017

Avanços socialistas na Margem Sul

Almada e Barreiro passaram a ser autarquias socialistas, tal como Beja, numa nova quebra na hegemonia comunista a sul do Tejo. Foi também o ano do regresso de Isaltino Morais, à frente de um movimento de cidadãos que derrotou o do seu antigo delfim, Paulo Vistas.

PS 159 + 2 em coligação = 161

PSD 79 + 19 em coligação com CDS = 98

CDU 24

Movimentos de cidadãos 17

CDS 6

JPP 1

Nós Cidadãos 1

Mudanças em capitais de distrito e principais autarquias

Beja

Era CDU

Passou a ser PS

Oeiras

Era Movimento de cidadãos

Passou a ser Movimentos de cidadãos

Almada

Era CDU

Passou a ser PS

Barreiro

Era CDU

Passou a ser PS

2013

Socialistas passam para a liderança numa noite de incertezas

Em tempos de troika, o centro-direita sofreu um revés esperado, e o PSD ficou sem a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses. O movimento de cidadãos de Rui Moreira conquistou a Câmara do Porto, numa das derrotas mais pesadas para os partidos que sustentavam o Governo de Passos Coelho, tal como Sintra, Vila Nova de Gaia e Coimbra, que passaram a ter gestão socialista. Mas o PS perdeu Évora e Beja para a CDU, que recuperou no número de presidências.

PS 149 + 1 em coligação = 150

PSD 86 + 19 em coligação com CDS + 1 em coligação com Outros = 106

CDU 34

Movimentos de cidadãos 13

CDS 5

Mudanças em capitais de distrito e principais autarquias

Porto

Era PSD-CDS

Passou a ser Movimento de Cidadãos

Braga

Era PS

Passou a ser PSD+CDS+Outros

Vila Real

Era PSD

Passou a ser PS

Guarda

Era PS

Passou a ser PSD+CDS

Coimbra

Era PSD+CDS+Outros

Passou a ser PS

Portalegre

Era PSD

Passou a ser Movimento de Cidadãos

Évora

Era PS

Passou a ser CDU

Beja

Era PS

Passou a ser CDU

Funchal

Era PSD

Passou a ser PS+Outros

Sintra

Era PSD+CDS+Outros

Passou a ser PS

Vila Nova de Gaia

Era PSD+CDS

Passou a ser PS

Loures

Era PS

Passou a ser CDU

2009

Poucas mexidas na antecâmara da viragem de poder

A grande mudança acontecera dois anos antes, quando o socialista António Costa venceu as eleições intercalares para a Câmara de Lisboa. Nas autárquicas de 2009, os socialistas perderam Leiria e Faro para o centro-direita, conquistando Beja à CDU.

PSD 117 + 22 em coligação com CDS = 139

PS 132

CDU 28

Movimentos de cidadãos 7

CDS 1

Bloco de Esquerda 1

Mudanças em capitais de distrito e principais autarquias

Leiria

Era PS

Passou a ser PSD+CDS+Outros

Beja

Era CDU

Passou a ser PS

Faro

Era PS

Passou a ser PSD+CDS+Outros

2005

Mais uma vitória para o centro-direita

Quatro anos depois da hecatombe autárquica socialista, o PSD manteve grande vantagem, com 158 presidências de câmara (duas dezenas das quais em coligação com os centristas). O PS perdeu Aveiro e Santarém para o centro-direita e viu a CDU recuperar-lhe o Barreiro.

PSD 138 + 20 em coligação com CDS = 158

PS 109

CDU 32

Movimento de cidadãos 7

CDS 1

Bloco de Esquerda 1

Mudanças em capitais de distrito e principais autarquias

Aveiro

Era PS

Passou a ser PSD+CDS

Santarém

Era PS

Passou a ser PSD

Faro

Era PSD

Passou a ser PS

Oeiras

Era PSD

Passou a ser Movimento de Cidadãos

Barreiro

Era PS

Passou a ser CDU

2001

A noite em que António Guterres viu o pântano

É até hoje a noite eleitoral mais impactante do século no que toca a eleições autárquicas. Coligações lideradas pelo PSD derrotaram os candidatos socialistas nas cinco maiores câmaras portuguesas (Lisboa, Porto, Sintra, Vila Nova de Gaia e Cascais), pelo que o então primeiro-ministro António Guterres entendeu deixar o Governo, "para evitar o pântano político". As legislativas antecipadas, realizadas no ano seguinte, devolveram o centro-direita ao poder, com Durão Barroso e Paulo Portas.

PSD 142 + 16 em coligação com CDS + 1 em coligação com outros = 159

PS 113

CDU 28

CDS 3

Movimentos de cidadãos 3

Bloco de Esquerda 1

MPT 1

Mudanças em capitais de distrito e principais autarquias

Lisboa

Era PS+CDU+Outros

Passou a ser PSD+PPM

Porto

Era PS

Passou a ser PSD+CDS

Coimbra

Era PS

Passou a ser PSD+CDS+Outros

Portalegre

Era PS

Passou a ser PSD

Setúbal

Era PS

Passou a ser CDU

Évora

Era CDU

Passou a ser PS

Faro

Era PS

Passou a ser PSD

Vila Nova de Gaia

Era PS

Passou a ser PSD+CDS

Sintra

Era PS

Passou a ser PSD+CDS

Cascais

Era PS

Passou a ser PSD+CDS

Barreiro

Era CDU

Passou a ser PS

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